Procura por skates aumenta em Belém após medalha de prata nas Olimpíadas

Comerciante registra alta de 30% no mês de julho

Abilio Dantas
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A conquista da medalha de prata da skatista Rayssa Leal, de 13 anos, nas Olimpíadas de Tóquio, causou aumento da procura por skate nas casas especializadas em Belém. De acordo com o empresário Gustavo Vidal, que possui uma loja do segmento há 10 anos no bairro do Marco, o crescimento das vendas, no mês de julho, chegou a 30% em seu estabelecimento.

“O skate já estava sendo bastante procurado, desde o início da pandemia, por ser um esporte feito sem contato físico com outras pessoas, de forma mais solitária, o que é bom para a prevenção contra a covid-19”, relata o empresário. Mas a vitória da esportista brasileira fez com que pais e jovens procurassem ainda mais o esporte, já que criou uma referência para as novas gerações, avalia Gustavo Vidal. “Com certeza, a mudança foi instantânea”, reforça.

Sobre a popularização do esporte, o presidente Jair Bolsonaro publicou ontem em uma rede social mensagem de parabéns à skatista e afirmou que o governo federal tomou medida de promoção ao esporte no primeiro semestre deste ano, com a redução de 18% da taxa de importação dos skates. Para os empresários do ramo em Belém, no entanto, a política aplicada pelo governo não terá efeito imediato sobre os preços oferecidos ao consumidor.

“Vamos sentir alguma diferença apenas no próximo ano, eu acredito, porque o dólar está muito alto. Caso o governo consiga controlar o dólar, aí sim, é possível que o abatimento dos impostos seja sentido. Mas, de forma geral, o skate está mais caro. O skate estrangeiro, que era vendido a R$ 380, agora está a R$ 450, e o nacional passou de R$ 100 a R$ 150”, afirma Gustavo Vidal.

Mauro Marinho, presidente da Federação Paraense de Skate (FPSK), explica que o preço dos skates “gringos” não deverá ficar mais barato em breve, já que a dinâmica do comércio é lento na cidade. “As lojas fazem compras de muitas unidades quando escolhem os produtos estrangeiros. Por serem caros, elas enchem o estoque. Então, o que ocorre é que só farão novas compras depois que todo o estoque for vendido. Logo, até lá, não veremos mudança nos valores”, analisa.

Por outro, ainda que o preço ainda fique “salgado”, o presidente da FPSK estipula que a venda de skates estrangeiros deve aumentar. “Com o ‘fator Olimpíada’, as pessoas que começarem a pesquisar provavelmente vão priorizar os skates estrangeiros, por mais que sejam mais caros, porque eles são mais levem, são feitos de materiais mais modernos, que permitem manobras mais próximas do que é feito nas Olimpíadas”, observa Mauro Marinho.

Para além do skate, a venda de materiais esportivos não está satisfazendo a maioria dos empresários do setor, afirma o comerciante José Luís Fernandez, proprietário de uma loja do ramo há 34 anos, no centro comercial de Belém. “O que tenho percebido é que o fato da Olimpíada estar sendo realizada no Japão, com fuso horário de 12 horas em relação ao Brasil, tem feito com que as pessoas não estejam tão antenadas, acompanhando. Eu sou fã de todas as modalidades de esporte, mas também não estou conseguindo acompanhar. Acho que esse é um dos motivos para que as Olimpíadas não estejam aquecendo o mercado, no meu ponto de vista. O outro é a crise econômica, que é municipal, estadual, nacional e internacional. O custo de vida está muito alto”, afirma.

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