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Preços das carnes para churrasco subiu 11,8%

Inflação impactou carnes e, por consequência, afeta reuniões de famílias paraenses

O Liberal

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas constatou que o hábito brasileiro de fazer churrasco está mais caro. Só o preço da picanha, por exemplo, o corte mais tradicional do churrasco, teve um aumento de 17% no último ano. Já o filé mignon até passou por uma redução de preço em abril, mas encareceu mais de 27% no acumulado dos últimos 12 meses. A alcatra também pesou no bolso dos consumidores brasileiros, com um aumento de 14,3%, assim como o contra filé, que registrou 13% de alta. No total, a pesquisa avalia que o "churrasco de domingo" ficou 11,8% mais caro nos últimos 12 meses.

Gerson Pinto gerencia um açougue no bairro da Pedreira e conta que a demanda pelas carnes está boa, com muitos clientes na loja recentemente. "Com a pandemia as pessoas se acostumaram muito a ficar em casa e acabam optando por fazer churrasco em casa, o que é bom para a gente. O preço está bem acessível. A alcatra completa estou vendendo a R$40. Tem um combo que a gente faz de maminha, alcatra e picanha, com um preço bem bacana", afirma. Ele conta que com R$100 é possível fazer um churrasco para cinco pessoas - basta economizar na hora de escolher as carnes. 

Renato Moisés está desempregado no momento e de vez quando trabalha como entregador de aplicativo. Ele conta que a inflação tem sido impiedosa com quem tem o hábito de comer carne todo dia. "Até mesmo o quilo do bife que se comprava a R$22 já está quase R$40. Não tenho o hábito mais do churrasco de domingo, pois ficou tudo caro. Alcatra e toscana só aparecem em situações especiais, como no Dia das Mães", diz.

Para Maria Rita de Souza, que é dona de casa, até em datas especiais o churrasco ficou escasso. Isso é porque, segundo ela, nenhum churrasco é feito só de carne. "Vai botar na ponta do lápis o sal, a cerveja, o suco e o refrigerante. Tem pão de alho. Hoje em dia quando a gente pega a churrasqueira lá em casa é para fazer um bife no máximo. Linguiça também. Para ser sincera nem lembro a última vez que a gente reuniu a família para um churrascão daqueles mesmo", lamenta. 

O presidente da Associação Paraense de Supermercados, Jorge Portugal, nota que o aumento começou junto com a pandemia de covid-19 e desde então não parou mais. Isso fez com que alguns cortes vendessem mais que outros. "Aumentou com certeza absoluta. É notável. E tudo começou com a pandemia. De lá para cá se manteve no mesmo preço. Houve um aumento na venda do dianteiro em relação ao traseiro, pois o quarto traseiro é de onde se tira picanha, maminha, paulista, fraldinha. São as carnes que tem vendido menos. O dianteiro são peças que estão com osso e saem mais baratas", conta. 

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