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Preços altos têm afastado locatários de novos imóveis

Uma das maiores dificuldades são as exigências dos proprietários quanto às garantias na locação

Debora Soares

Os preços de aluguel sobem em Belém com base no crescimento do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que é usado como base de cálculo para o reajuste de contratos de aluguel. O IGP-M variou 0,78% em julho, contra 0,60% no mês imediatamente anterior. 

Esse crescimento resultou no acúmulo de alta de 15,98% no ano de 2021 e de 33,83% ao longo dos últimos doze meses, ou seja, de agosto do ano passado a julho deste ano. Em julho de 2020, o índice havia subido 2,23% e acumulava alta de 9,27% em 12 meses. 

Enquanto que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,83% em julho, ante 0,57% em junho, apresentando crescimento também em suas taxas de variação do grupo de habitação, passando de 1,10% para 1,66%.

Por conta dessa variação do IGP-M, aliada a elevação das taxas do IPC, os preços dos aluguéis afetou todo o setor imobiliário, tanto os corretores que sentem mais dificuldades em alugar novos imóveis para locatários interessados, quanto para as pessoas que buscam se mudar, mas esbarram nos valores altos cobrados pelos proprietários que, segundo eles, não abaixam os valores, mesmo com a possibilidade de passar um certo tempo sem inquilinos. 

A corretora de imóveis da região Metropolitana de Belém, Sarah Monte Santo, explica que os principais fatores que a impedem de alugar uma casa ou um apartamento hoje em dia estão nos impasses dos locadores em aceitar as condições dos locatários. “As maiores dificuldades são as exigências dos proprietários quanto às garantias na locação, poucos aceitam fiador e, na maioria, querem dois ou três meses de caução e nesse momento de pandemia fica difícil conciliar estes termos”.

A elevação dos preços é outro quesito que tem feito as residências ficarem desalugadas por mais tempo. “Houve um aumento considerável nos preços, por conta do IGPM e isso impactou o mercado, deixando alguns imóveis parados. A solução foi conversar com os proprietários e entrar em um consenso para que as locações voltassem a fluir”, acrescenta a corretora.

Luilma Vieira, de 25 anos, é jornalista por formação e está há um ano procurando mudar de casa por conta das precárias condições em que o atual imóvel se encontra. “Estou querendo mudar de residência, pois a mesma é antiga e apresenta vários tipos de problemas como infiltração, por exemplo, e o dono se mostra resistente, não dá proatividade em melhorar o ambiente para o inquilino. Sempre é uma desculpa e nunca realiza as pendências”, afirma.

Ela conta que apesar da vontade e a necessidade de se mudar serem mais ávidas neste momento, os valores cada vez mais altos praticados pelos locatários ainda a faz continuar morando no mesmo imóvel. “A pandemia mexeu com várias áreas da economia e com isso elevou o preço. Ainda não aluguei um imóvel, porque os preços aumentaram e a qualidade caiu. Entendo que agora a gente paga pela localização, mas os imóveis deixam a desejar”, comenta a inquilina.

O fator custo-benefício tem pesado substancialmente na hora de decidir entre permanecer em um imóvel deteriorado e bem localizado ou se mudar para um local mais distante, porém melhor conservado. “Apesar da localização ser boa, prefiro ir para um lugar mais longe e que a residência ofereça um melhor conforto, ainda mais pra mim que possuo uma criança na residência. Mas claro, sempre prezando pelo custo benefício, o que está difícil hoje em dia”, relata Luilma.

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