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Preço do litro do leite ultrapassa o da gasolina em Belém

Com valor médio de R$ 7,19, leite é o segundo maior vilão da cesta básica dos paraenses, segundo o Dieese

Lucas Costa

O preço do litro do leite ultrapassou o da gasolina em Belém. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) mostram que o preço médio de 1L de leite chegou a R$ 7,19; já o da gasolina vem sendo comercializado a pouco menos de R$ 6, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A última pesquisa do Dieese/PA mostra que o leite foi um dos vilões da cesta básica dos moradores de Belém, tendo um aumento de 7,96%. Derivada do leite, a manteiga teve um aumento ainda maior, de 8,88%, chegando a custar R$ 57,12 por quilo. Os dados são referentes aos preços de julho de 2022.

O aumento ficou acima do último registrado, no mês de junho, quando o percentual chegou a 7,07%, com o litro do leite comercializado a R$ 6,66 em média.

Por que o leite está tão caro?

Especialistas dizem que entre os motivos para alta do produto está a queda da produção, causada pela diminuição sazonal das pastagens. Além disso, os insumos também tiveram aumento desde o início da Guerra da Ucrânia - isto porque a Rússia tem elevada participação no mercado global.

Por conta do cenário, a perspectiva é de mais aumento, com o litro do leite podendo chegar à média de R$ 8. A projeção é do pesquisador Bruno Giovany, zootecnista e chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental.

Aumento da cesta básica ultrapassa inflação

Nos primeiros sete meses de 2022 todos os produtos que fazem parte da cesta básica dos paraenses apresentaram aumento de preços. Nesse período, o maior vilão foi o feijão, com alta acumulada em 35,82%; seguido pelo leite, registrando 29,32%.

O aumento acumulado entre janeiro e julho de toda a cesta básica dos paraenses chega a 13,70% - percentual consideravelmente superior à inflação, estimada em torno de 5,5% (INPC/IBGE) para o mesmo período. Quando analisados os últimos 12 meses, o aumento chega a 21,14%.

O preço médio da cesta básica atual chegou a R$ 633,14 em julho, comprometendo na sua aquisição mais de 52% do atual salário mínimo de R$ 1.212,00.

Economia