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Preço de materiais de construção segue alto no Pará

Cabos elétricos ficaram 30% mais caro de dezembro de 2020 a julho de 2021

Abílio Dantas/ O Liberal

O custo de materiais de construção no Brasil teve alta recorde entre junho de 2020 e o mesmo mês deste ano, o que tem afetado reformas e planos de construtoras. De acordo com o Índice Nacional de Custo da Construção - Disponibilidade Interna (INCC-DI), apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a alta foi de 32,92% no período de 12 meses, o que significa o maior patamar do índice desde o início do Plano real, nos anos 1990. No Pará, segundo o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), o material que apresentou o maior aumento foram os cabos elétricos, com variação de mais de 30%, em levantamento feito entre dezembro de 2020 e julho de 2021.

O vice-presidente do Sinduscon-PA, Fabrizio de Almeida Gonçalves, que é também presidente da Cooperativa Central da Construção Civil do Pará (Coopercon-PA), destaca que além dos cabos elétricos, tiveram destaque os aumentos de preço no comércio de cimento, com alta de 5%, em média; de blocos cerâmicos (tijolos), com incremento de 7% no valor; os tubos de PVC, que ficaram 15% mais caros; e o aço, com a variação de 20% no preço.

Em âmbito nacional, segundo o INCC-DI, os itens que mais subiram de preço no período pesquisado foram tubos e conexões de ferro e aço (alta de 91,66% em 12 meses até junho de 2021); vergalhões e arames de aço ao carbono (78,35%); condutores elétricos (76,19%); tubos e conexões de PVC (64,91%); eletroduto de PVC (52,06%); esquadrias de alumínio (35,21%); tijolo/telha cerâmica (33,82%); compensados (30,47%); cimento Portland comum (27,62%) e produtos de fibrocimento (26,96%).

“As principais causas dos aumentos identificamos que são a variação do dólar, o aumento do preço da energia elétrica; o aumento do preço do frete dos produtos, necessários para que os materiais possam chegar ao consumidor, e, em alguns casos, o oportunismo dos fabricantes. Alguns índices podem até ser maiores em algumas regiões do Estado do Pará, em razão da dificuldade de abastecimento em determinadas regiões”, aponta Fabrizio Gonçalves.

Para o dirigente do Sinduscon, os caminhos para solucionar o problema seriam a tomada de iniciativa do governo federal no sentido de intervir nas cobranças e o estabelecimento de políticas econômicas que isentasse taxas para a importações de produtos do setor.

Joniel Rodrigues, mestre de obras e empresário do ramo de reformas, relata que desde o início da pandemia, com o maior número de pessoas sem sair de casa, muita gente optou por realizar reformas nos lares. “A demanda aumentou para quem trabalha com reforma, principalmente de pequenos reparos. Mas, por outro lado, com o aumento muito grande dos preços dos materiais, ficou difícil para trabalharmos sem aumentar o preço da nossa mão de obra. Muitas vezes, as pessoas reclamam do quanto cobramos, mas tudo aumentou, o custo de vida também”, afirma.

O item que mais chama a atenção de Joniel, quanto ao valor cobrado pelos estabelecimentos comerciais, é o tijolo. “Antes da pandemia, eu comprava o milheiro (mil unidades) de tijolo em uma faixa de R$ 400 a R$ 500. Agora não encontro a menos de R$ 700, até a R$ 800. O ferro também aumentou muito. A vara de 12 metros, que antes podia ser comprada a R$ 28, passou para R$ 32”, demarca.

A vendedora Mayra Bianca Silva de Souza, que trabalha em uma loja de material de construção em Santa Bárbara, informa que o milheiro de tijolo, que antes custava R$ 500, é comprado agora entre R$ 900 e R$ 1.000. “Como revendemos, sai ainda mais caro ao consumidor. A areia, por exemplo, era R$ 350 e hoje compramos a R$ 450 e temos que revender um pouco mais caro. Está tudo muito caro”, complementa.

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