Preço das marmitas segue estável em Belém; confira

Mesmo com alta da cesta básica, vendedores de comida optam por não repassar aumentos para consumidores

Fabrício Queiroz
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O valor mais alto de itens da cesta básica na Região Metropolitana de Belém impactou o faturamento de negócios que vendem refeições e pratos-feitos (PF’s). Apesar da elevação nos custos observada ao longo do primeiro trimestre deste ano, empreendedores que atuam no ramo dizem adotaram a estratégia de segurar os preços já praticados e abrir mão de parte do lucro para manter a clientela e continuar no mercado.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), artigos essenciais para a alimentação ficaram mais caros e tiveram reajustes acima da inflação calculada entre janeiro e março. Nesse período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 2,09%. Contudo, o aumento foi bem superior para o arroz (9,55%), a farinha de mandioca (14,14%) e o feijão (26%).

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O maior vilão da cesta básica foi o feijão, com aumento de 26% no período

No balanço dos últimos 12 meses, a pesquisa indica que os reajustes foram ainda maiores e afeta outros itens importantes. O feijão acumula alta 41,75%, a farinha de 38,49%, o leite ficou 27,26% mais caro, a manteiga subiu 26,63%, o aumento do pão foi de 25,08% e do arroz de 22,33%.

No bairro do Marco, Ana Menezes é dona de restaurante de comida caseira e notou o encarecimento dos produtos mais básicos para suas refeições. “Eu estou comprando a farinha por R$ 11 o quilo. O arroz e o feijão também dispararam. Hoje em dia, o feijão varia de R$ 10,50 a R$ 11; e o arroz sai entre R$ 4,70 a R$ 4,80, mas antes eu conseguia até por R$ 3,50. Isso pesa porque eu não uso um quilo por dia, eu preciso de cinco a seis quilos de arroz por dia e o feijão de dois a três quilos por dia”, relata Ana que trabalha há cerca de 30 anos com alimentação.

Da mesma forma, Sidney Augusto, que fornece diariamente de 150 a 200 marmitas, diz que os aumentos são perceptíveis mesmo para compras em atacado ou em dias de ofertas. “Teve alguns valores que estagnaram, como o açúcar e óleo, mas o feijão, o macarrão e o arroz subiram. Eu compro todo dia e sinto que teve esse reajuste. Por exemplo, o arroz eu comprava ano passado por R$ 3,50, esse ano já foi pra R$ 4,50; o macarrão cheguei a comprar por R$ 2,80, hoje tá R$ 3,50. O feijão teve um reajuste maior, foi para quase R$ 10, sendo que antes era R$ 6”, comenta.

image Sidney Augusto, que fornece quentinhas, afirma que reajustes afetaram diversos itens da cesta básica (Carmem Helena / O Liberal)

Diante disso, ambos os empreendedores contam perderam parte do faturamento, mas ainda assim preferem não repassar os reajustes para os consumidores. O modelo de negócio de Sidney, por exemplo, é de cozinhar em casa e fazer a entrega os PF’s pelo valor de R$ 10. “Eu faço um preço mais acessível para ganhar um pouco a mais na quantidade que eu vendo, mas para ser sincero está cada vez mais difícil devido ao aumento dos produtos”, afirma.

Já Ana Menezes, que aluga um ponto comercial e tem funcionários vende refeições a partir de R$ 18. Apesar do custo mais alto, ela diz que é possível se manter no mercado por conta da base de clientes já formada. “Continua com a mesma qualidade e preço porque se for aumentar, o cliente vai sentir na hora. Uns vem pela qualidade e outros pelo valor. Eu já estou com esse valor há ano e prefiro não mexer para manter o cliente fiel”, destaca.

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