MENU

BUSCA

Paraenses gastam até R$ 200 por semana com alimentação saudável; veja como economizar

Nutricionista e consumidoras dão dicas de como evitar grandes despesas e, ainda assim, manter uma dieta equilibrada

Elisa Vaz

A busca pela vida saudável costuma estar entre os desejos dos brasileiros, principalmente após a virada do ano. Com o custo cada vez mais alto da alimentação básica, no entanto, fica mais difícil seguir um cardápio balanceado. Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que, em 2022, alguns alimentos que compõem a maioria das dietas tiveram altas bem acima da inflação. Alguns exemplos são cebola (173,3%), maxixe (37,93%), batata doce branca (36,79%), abóbora (34,26%), leite (22,84%), feijão (19,51%), ovo (18,88%), pepino (18,23%), tomate (11,03%), carne (6,33%) e alface (5,33%).

A nutricionista Paula Bezerra, que trabalha nessa profissão há cinco anos, diz que vários alimentos, ao longo dos últimos anos, ficaram mais caros, principalmente proteínas, como carne, frango e peixe. Para manter uma alimentação adequada, a orientação é optar por outras partes das carnes, como sobrecoxa ou carré suíno, que são opções mais em conta, evitando, assim, o consumo de industrializados. Além disso, garantir a variedade na hora da preparação, para não enjoar de comer sempre o mesmo alimento.

VEJA MAIS 

Dia Mundial da Alimentação: entenda como a alimentação consciente pode impactar na vida da população
A nutricionista Yonah Figueira, presidente do Conselho Regional de Nutricionistas (CRN-7), Yonah Figueira, comentou sobre a importância da data, insegurança alimentar, ultraprocessados e outros assuntos inerentes ao Dia Mundial da Alimentação

Alimentação vegana: 3 dicas de receitas
Dieta sem carne é rica em nutrientes para o organismo

Alimentação infantil: saiba como desenvolver hábitos saudáveis
Variedade de alimentos contribui na formação do paladar

Paula conta que, enquanto profissional de nutrição, tem uma preocupação com os preços na hora de passar planos alimentares aos pacientes. "A estratégia seria optar por uma proteína mais em conta, mas com qualidade; e ter outras formas de preparo do frango, por exemplo, que é mais barato. Quanto ao consumo de frutas, legumes e verduras, oriento para que o consumo seja os da safra, que são mais baratos, podendo incluir na rotina. E, além disso, evitar o desperdício dos alimentos, aproveitando integralmente", ensina. Outras dicas da nutricionista para driblar​ os preços e conseguir ​manter uma​ dieta​ saudável​ são incluir no cardápio alimentos in natura ou minimamente processados, que são mais baratos, e ir ao supermercado nos dias de promoções no setor da alimentação.

Consumo

Há um ano e meio a engenheira ambiental e sanitária Ana Catarina Sampaio, de idade 26, segue uma dieta equilibrada e, nesse período, notou que boa parte dos itens que consome ficaram mais caros, a exemplo das frutas, hortaliças e legumes, que, em alguns casos, tiveram altas que chegam a 80%. Antes, Catarina fazia compras por mês e, por ter muitos alimentos sensíveis, havia desperdício. Hoje ela faz o contrário: prefere comprar por semana, gastando uma média de R$ 150 a R$ 180.

"Eu driblo bastante os preços, faço muitas substituições com as frutas. Troco o morango por mamão, abacaxi por melão, laranja por tangerina, dependendo de qual estiver mais em conta na semana. E também é uma forma de variar a dieta. Outra coisa que troco bastante são os legumes, como batata inglesa por batata doce ou por abóbora, e tem as trocas de arroz integral por macarrão integral também", conta a engenheira, que tem acompanhamento nutricional.

A dica de Catarina é apenas uma: começar. Na opinião dela, só é possível saber quanto custa uma alimentação saudável e como reduzir esses gastos a partir do momento em que o dinheiro sai da carteira. "Quando comecei, percebi que gastava muito mais comendo coisas processadas (que achava mais 'fáceis') do que quando comecei a comer de forma mais saudável. Então, vale muito a pena você colocar na balança o que você anda consumindo. Comer de forma mais saudável pode ajudar tanto seu bolso quanto sua saúde. Vale mesmo colocar na ponta do lápis e perceber que comer melhor também ajuda muito o orçamento".

Já a estudante universitária Ana Paula Almeida, de 21 anos, segue uma dieta balanceada desde setembro do ano passado e já tem sentido os altos preços nas feiras e nos supermercados. Segundo ela, o fato de consumir alimentos naturais ou integrais acaba elevando o preço final na hora de passar no caixa, mas o maior impacto no bolso vem dos laticínios, como queijo, iogurte, requeijão e ricota, além da carne. O valor muda de acordo com a dieta, mas a última que sua nutricionista passou, que Ana seguiu por três meses, chegava a gerar gasto de quase R$ 200 por semana.

O que a estudante tanta fazer para não pagar tão caro é evitar desperdícios dos alimentos. "Procuro receitas na internet, invento novas, tudo para utilizar ao máximo aquilo que comprei e só recomprar quando já tiver acabado. Ao mesmo tempo, evito comprar alimentos que sei que não vou usar mais de uma vez por semana", comenta. A base de tudo, segundo Ana, é se organizar e anotar os alimentos que são prioridade na alimentação, focando, principalmente, nos vegetais e frutas. "A dica que eu deixo é sempre procurar receitas de baixo custo na internet. Tem muitas e a maioria usa os ingredientes que já temos em casa", indica.

Produtos da alimentação saudável que ficaram mais caros em 2022:

  • Cebola: 173,39%
  • Maxixe: 37,93%
  • Batata doce branca: 36,79%
  • Abóbora: 34,26%
  • Leite: 22,84%
  • Feijão: 19,51%
  • Ovo: 18,88%
  • Pepino: 18,23%
  • Tomate: 11,03%
  • Carne: 6,33%
  • Alface: 5,33%

Fonte: Dieese

Economia