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Pará gerou mais de 32 mil empregos em 2022

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados apontam que estado foi o segundo colocado em geração de empregos do Norte

Daleth Oliveira

O Pará foi o segundo estado que mais gerou empregos na Região Norte em 2022. De janeiro a dezembro, foram criados 32.663  mil novos postos de trabalho formais. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira (31).

No ano passado, foram feitas o total de 421.139 admissões e 388.476 desligamentos, gerando um saldo positivo de mais de 32 mil novas ocupações. Apesar de positivo, o total de empregos gerados ano passado não chegou nem perto do obtido em 2021, que foi 72.234.

Para o economista do Dieese, Everson Costa, o resultado do Estado foi ótimo, frente ao ano conturbado na economia, que afetou todos os setores produtivos do País. 

“Apesar de o mês de dezembro ter sido muito ruim, para todo o Brasil, quando perdemos quase 400 mil postos de trabalho, o Pará encerrou o ano de 2022 com saldo positivo de empregos formais. Sabemos que o ano passado foi um ano difícil, viemos de um processo de retomada da economia pós-pandemia, tivemos uma inflação galopante, subindo os custos e preços de bens, serviços, mercadorias, em especial da alimentação, tornando a produção e consumo mais caros. Foi o ano também de fortes variações climáticas, isso interferiu na produção da indústria. Tudo isso impactou na geração de empregos”, explica o especialista.

Ao todo, a Região Norte registrou 1.076.364 admissões em 2022. Com 957.223 desligamentos, o saldo positivo é de 119.141 postos de trabalhos. O destaque foi para o estado do Amazonas, que gerou ao final do ano 35.269 empregos. Em segundo lugar, o Pará; depois Rondônia com a geração de 15.741 ocupações; Tocantins com 14.395; Roraima com 7.855; Acre 7.426 e Amapá com 5.792.

Entre os setores, o Serviço foi o que mais abriu vagas, com 17.788  novos trabalhadores. Em seguida, a Comércio, com 9.429 postos de trabalho. Depois, a Indústria com 3.143; e por último, Agropecuária com 3.098. Na outra ponta, apenas o setor da Construção teve saldo negativo de 795 empregos a menos.

Everson observa que mesmo com o emprego crescendo, é necessário atentarmos para o tipo de emprego gerado.“Até geramos empregos em 2022, mas foram empregos de baixa qualidade, de remuneração menor, mantendo muita gente ainda na informalidade. Há pouco tempo, tínhamos cerca de 10 milhões de desempregados, hoje são mais ou menos, 8 milhões. Entretanto, uma parcela gigantesca da população ainda está na informalidade, o que é muito ruim, pois porque além da falta da proteção social, são os salários pagos abaixo de mercado, às vezes bem menores do que um salário mínimo e isso impacta no consumo, que mais uma vez, impacta na geração de empregos”, pondera o economista.

“Em 2023, a expectativa é que a gente possa ter um emprego crescendo no Pará. A aposta é muito grande, principalmente na construção civil. Há uma expectativa de retomada de grandes obras. Há uma agenda otimista em relação ao calendário de feriados, setor de serviços, turismo, o calendário do comércio total, agora o Carnaval em plena atividade, com retorno das atividades 100%, então a expectativa é boa”, finaliza.

Mês de dezembro

Apesar do crescimento em 2022, o Dieese levanta que o Estado apresentou queda na geração de postos de trabalho no mês de dezembro. Foram 24.996 admissões e 40.179 desligamentos, totalizando um saldo negativo de 15.183 postos de trabalhos formais. Esta foi a terceira vez no ano que o Pará registrou recuo. A primeira vez foi em janeiro e a segunda em novembro.

A recessão refletiu em quase todos os setores econômicos, com destaque para a Construção, que teve perda de 6.887 postos de trabalhos, seguido da Serviços, com -4.709 empregos, Indústria com -1.596, Agropecuária com -1.564 e Comércio com -427.

Sobre o destaque negativo do setor de construção, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon), Alex Dias Carvalho, explica que é resultado da alta dos custos da produção somada ao cenário político.

“O mês de dezembro de 2022 foi o pior dezembro dos últimos cinco anos em relação à empregabilidade. Mas geralmente, ele já é um mês em que nós apresentamos saldo negativo em função principalmente da chegada do período chuvoso. Porém, a instabilidade política que o Brasil viveu é um componente que vem assombrando o desempenho do nosso setor que é diretamente ligada à excessiva alta de preços dos principais materiais de construção”, analisa o titular da entidade.

“Nós acreditamos que a partir do segundo trimestre de 2023 já teremos resultados bem mais positivos. Esperamos que isso aconteça, principalmente com o anúncio recente da retomada do programa Minha da Minha Vida”, finaliza Alex Dias Carvalho.

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