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Pandemia faz IPCA-15 cair 0,53% na RMB em maio, maior deflação desde o início do Plano Real

Thiago Vilarins

Impactado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), com redução acentuada do preço dos combustíveis (-5,68%) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) da Região Metropolitana de Belém (RMB), considerado a prévia da inflação oficial, variou negativamente 0,53% em maio - a deflação mais intensa desde o início do Plano Real, em julho de 1994. O resultado chega a ser 0,42 ponto percentual abaixo da variação do mês anterior (-0,16%) que também sofreu o impacto das medidas de isolamento social decorrente da pandemia global. Ainda para efeito de comparação, no mesmo período do ano passado, os serviços e produtos consumidos na Grande Belém sofreram alta de 0,56%. Os dados foram divulgados ontem (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice inflacionário da RMB, apurado entre 15 de abril e 14 de maio de 2020, foi o sétimo mais baixo dentre todas as regiões pesquisadas. No geral, todas as 11 regiões apresentaram deflação em maio, sendo o maior índice o da região metropolitana de Fortaleza (-0,23%) e o menor resultado na região metropolitana de Curitiba (-1,12%). Em todo o País, o IPCA-15 variou -0,59% em maio, contra -0,01% em abril. Esta também foi a menor variação dos últimos 26 anos. Em maio de 2019, a taxa nacional foi de 0,35%.

Com mais esse resultado mensal, o índice acumulado entre janeiro e maio deste ano na RMB é de a 0,50%. Nos mesmos cinco meses de 2019 essa variação era quase seis vezes maior: 2,84%. Já em 12 meses (entre maio de 2019 e maio de 2020) a variação chegou a 2,75%, novamente abaixo do resultado dos 12 meses imediatamente anteriores (4,25%). Nacionalmente, o IPCA-15 acumula alta de 0,35% no ano e, em 12 meses, de 1,96%, abaixo dos 2,92% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2019, a taxa foi de 0,35%.

Esta é a primeira divulgação do IPCA-15 no mês de maio com a nova estrutura de ponderação, calculada com base na nova cesta de produtos e serviços, atualizada a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, para acompanhar mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. O IPCA-15 de maio contém ainda preços do transporte por aplicativo, coletados pela primeira vez por um robô virtual.

No geral, quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados na Grande Belém apresentaram redução de preços no começo do quarto mês de 2020. O grupo de Alimentação e Bebidas, que representa o principal peso no bolso dos consumidores belenenses (25,41%) não aparece neste rol, com acréscimo no período de 0,78%. Esta é a quinta alta consecutiva do ano, porém com menos intensidade do que a do mês anterior (1,45%). No mesmo período de 2019, o índice foi de 0,65%. A variação acumulada no ano desse grupo chegou a 5,25% ante 5,05% de 2019. Em 12 meses, o índice acumulado é de 25,41% contra 6,23% do mesmo período do ano passado.

De acordo com a pesquisa, o custo de se alimentar em casa na RMB ficou 0,96% mais caro neste mês de maio, enquanto a alimentação fora do domicílio oscilou 0,13% - ambas as taxas mostram queda de ritmo em relação ao mês anterior, de 1,65% e 0,73%, respectivamente. Em maio de 2019, os respectivos custos variaram 0,51% e 1,10%. Estão neste grupo os dez itens que mais aumentaram o preço na RMB entre o fim do último mês e as duas primeiras semanas de maio de 2020.

Tratam-se das altas da cebola (37,11%), da batata-inglesa (21,35%), do feijão-carioca (13,59%), do feijão-preto (10,04%), do peixe-dourada (6,41%), do alho (5,43%), do leite longa vida (5,04%), da cerveja (4,35%), da banana-prata (3,93%) e do chocolate em barra e bombom (3,86%).

Alívio - O principal alívio no bolso do consumidor belenense neste mês de maio partiu, novamente, do grupo de Transportes, que recuou 5,68% na comparação com o mês anterior. A gasolina, com redução no preço de 5,84%, apresentou o maior impacto individual negativo no IPCA-15 de maio (-0,41 ponto percentual). Ainda neste grupo, as passagens aéreas, após subirem 11,86% em abril, tiveram a principal queda individual da RMB em maio, de -23,42%, contribuindo com -0,17 p.p. de impacto no índice do mês.

O grupo Habitação, que representa peso de 15,57% no consumo do belenense, teve uma queda considerável no mês de -0,98%, com destaque para as variações na RMB da tarifa de energia elétrica (-2,23%). Em maio, a bandeira tarifária verde (em que não há cobrança adicional na conta de luz) foi mantida pelo quarto mês consecutivo. Ainda anotaram redução de preços os produtos e serviços que compõem os grupos de Saúde e cuidados pessoais (-0,87%) e Educação (-0,06%).  Já Comunicação (0,32%), Despesas pessoais (0,07%), Vestuário (0,02%) e Artigos de residência (0,01%) anotaram alta de preços no mesmo período.

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