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Novo mínimo representará incremento direto de R$ 177 milhões na economia paraense

Mais da metade de pessoas com vínculo empregatício no Pará recebem um salário, conforme aponta supervisor do DIEESE/PA

Amanda Engelke / O Liberal
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O aumento do salário mínimo, que passará de R$ 1.320 para R$ 1.412 a partir de 1º de janeiro, com pagamento a partir do início de fevereiro, impactará diretamente na renda de cerca dois milhões de paraenses, gerando um incremento direto de pelo menos R$ 177 milhões na economia paraense. Isto porque, conforme dados do Instituto Brasileito de Geografia e Estatística (IBGE), de um universo de 3,8 milhões de pessoas ocupadas no estado, ou seja, que possuem algum vínculo empregatício, mais da metade (52%) recebe um salário mínimo.

De acordo com o supervisor técnico do escritório regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA), Everson Costa, o incremento de R$ 92 representará um reajuste nominal de 6,97% e um aumento real de 5,77%, levando em conta o INPC (Índice de preços ao consumidor) e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. “Ainda que esteja longe da renda mínima ideal, a retomada da política de aumento real do (salário) mínimo é o caminho mais certo a médio e longo prazo”, avalia.

A auxiliar de serviços gerais, Márcia Regina, de 40 anos, recebeu com alegria o anúncio, ainda que avalie que o incremento não dê para “muita coisa”. “Todo aumento é válido porque a gente só vê as coisas aumentando no supermercado e nosso dinheiro desvalorizando. Espero que aumente mesmo todo o ano, e mais, porque sempre parece que não é o suficiente. Com o mesmo valor, toda vez a gente volta com menos coisas do mercado. Acho que está muito longe do que deveria ser, mas não deixa de ser uma melhoria”, diz a auxiliar.

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Além dos trabalhadores, que recebe benefícios vinculados ao salário mínimo, como o seguro-desemprego e BPC, terá o valor reajustado no início de fevereiro

Para uma família paraense suprir suas necessidades com alimentação, educação, moradia, saúde, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, de acordo com o DIEESE/PA, seriam necessários cerca de R$ 6.500, ou seja, mais de quatro salários mínimos. Atualmente, com base no valor atual de R$ 1.320 e do valor total da Cesta Básica comercializada em Belém, de R$ 635,18, apenas com os itens essenciais, o paraense compromete cerca de 52% do salário mínimo. Com o novo valor, a partir de janeiro, esse comprometimento reduzirá para cerca de 45%.

Reajuste representa incremento de quase 15% no poder de compra da Cesta Básica

Na prática, com base ainda nos R$ 635,18 da Cesta Básica, o reajuste de R$ 92 representa um incremento de quase 15% no poder de compra desses itens. “O estado do Pará é a décima maior riqueza do país, mas tem a 16ª pior renda per capita. Se mais da metade dos trabalhadores tem como sustento este salário, isto, além de indicar uma grande concentração de renda, nos indica o tamanho do impacto de qualquer aumento real. E, se aumenta o poder de compra, se movimenta a economia como um todo”, analisa Everson.

Além de trabalhadores que recebem salário mínimo, o aumento também beneficia diretamente àqueles que ganham múltiplos dele, ou seja, que têm a sua remuneração atrelada ao referencial mínimo, e cidadãos que ganham benefícios vinculados a esse valor, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O decreto com o novo valor foi assinado nesta quarta-feira (27), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e segue a política de valorização do mínimo aprovada pelo Congresso e sancionada por Lula neste ano.

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