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No Pará, trabalhadores dos Correios retornam ao trabalho nesta quarta-feira (23)

Em agências da estatal em Belém, usuários reclamavam da demora nos serviços

Abílio Dantas

Os trabalhadores dos Correios retornarão ao trabalho normalmente nesta quarta-feira (23), conforme decidido em assembleia geral do Sindicato do Trabalhadores dos Correios no Pará (Sincort/PA). Embora o Tribunal Superior do Trabalho (TST) tenha determinado na segunda-feira, em julgamento da seção do dissídio coletivo, pelo fim imediato da greve, iniciada em 17 de agosto, os usuários do serviço público no Pará ainda não puderam contar na terça-feira com 100% do quadro da estatal em atividade. O Sincort afirma que não pagará a multa diária de R$ 100 mil estabelecida pelo Tribunal em caso de continuidade do movimento.

“Como já dito após o término do julgamento do dissídio coletivo, nós sofremos um duro golpe. Foi retirado, das 79 cláusulas do nosso acordo coletivo, 50, restando apenas 29. Por deliberação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa dos Correios e Similares faremos uma assembleia hoje (ontem), o que será feito também por todos os sindicatos que fazem parte da federação, e deliberaremos, a partir de nossa orientação, pelo retorno amanhã (hoje)”, confirmou na terça à tarde o presidente do Sincort/PA, Wandré do Carmo.

A diretoria executiva dos Correios, em nota, destacou que metade do período de dias parados será descontado em folha e a outra metade será compensada, de acordo com o TST, “a fim de beneficiar a sociedade, normalizando o mais rápido possível a entrega de cartas e encomendas”.

“Os Correios seguem executando o plano de continuidade do negócio, com a realização de mutirões de entrega, inclusive em fins de semana e feriados, com o objetivo de reduzir os efeitos da paralisação parcial dos empregados à população. A empresa agora empreenderá todos os esforços para recompor os índices de eficiência dos produtos e serviços, considerados essenciais, nesse momento em que a população brasileira mais precisa”, anunciou ainda a empresa.

Transtornos

Em uma agência dos Correios no bairro do Telégrafo, durante a manhã de terça, as pessoas escutadas não sabiam da decisão do TST e do possível retorno dos trabalhadores. Foram até o local para saber a razão da demora na entrega de suas encomendas ou resolver demandas cotidianas. A servidora pública Jaciléa Alves relata que algumas de suas compras foram efetuadas antes da deflagração da greve e ainda na terça não haviam sido entregues.

“Vim saber de três encomendas. Trouxe, inclusive, os papéis para que não haja erro. Uma delas foi entregue no dia 2 de setembro. É uma almofada para criança. Primeiro disseram que estava em um lugar e depois estava em outro. 20 dias esperando é muito tempo”, critica.

Na avenida Almirante Barroso, em outra agência da estatal, a autônoma Ivanice Cutrim contou que chegou às 10h para ser atendida e somente ao meio dia obteve uma resposta. “Eles ainda me disseram que voltasse às 13h. Desde o dia 6 de agosto que aguardo uma posição do Sedex. Na minha opinião, é muita falta de respeito. Penso que, mesmo com a greve, era possível evitar situações assim. Bastava ter mais comunicação e respeito”, reclamou.

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