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No Dia da Terra, conheça ações ambientais feitas por pessoas e instituições paraenses

Entre as práticas sustentáveis, a UFPA tem um programa de Coleta Seletiva Solidária no campus de Belém

Elisa Vaz

Contribuir para a preservação do meio ambiente é um trabalho que deve ser realizado de mãos dadas. Nesta quinta-feira (22), é celebrado o Dia da Terra, que tem a finalidade de criar uma consciência coletiva sobre os problemas da contaminação, a conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger o planeta.

Nos últimos anos, as discussões sobre o aquecimento global têm resultado em práticas sustentáveis que visam à extensão da vida no planeta, e a pauta já alcança a sociedade civil e o poder público. Por exemplo, para reduzir a distribuição de sacolas plásticas – no Brasil, são distribuídas 1,5 milhão a cada hora –, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou um projeto proibindo a disponibilização de sacolas plásticas nos supermercados paraenses. A lei está em vigor desde o dia 14 de fevereiro deste ano, com o objetivo é reduzir a poluição das ruas e rios, já que o material pode demorar séculos para se decompor. Outro exemplo é a conscientização acerca do lixo, que tem feito parte da rotina de moradores de prédios e condomínios com mais frequência.

Proteger o meio ambiente

Na Universidade da Amazônia (Unama), o projeto “Pegadas de um biólogo na Amazônia", iniciativa do curso de ciências biológicas, busca promover práticas interdisciplinares com temáticas sobre educação ambiental e mostrar a importância da manutenção dos rios amazônicos, por meio de conhecimento científico. De acordo com a organização, o projeto foi idealizado para propor integração entre alunos, docentes e pesquisadores com a sociedade, para formar agentes reflexivos e críticos quanto às problemáticas sociais. Por meio de práticas educativas, o grupo sensibiliza e conscientiza a população sobre o descarte irregular de resíduos sólidos e responsabilização pelo ato.

O coordenador do curso, Luís Gustavo Rodrigues Cardoso, diz que a iniciativa está relacionada à responsabilidade socioambiental dentro do contexto da educação e conscientização ambiental.

"A ideia do projeto é levar à população, de modo geral, uma conscientização sobre educação ambiental e a importância da conservação da biodiversidade, construindo um saber mais prático e científico. A importância desse tipo de projeto é levar o conhecimento sobre o meio ambiente em geral, mostrando o que tem sido desenvolvido dentro da Universidade da Amazônia e como esse conhecimento pode ser colocado em prática, visando sempre a melhoria da qualidade de vida de nossa população", afirma.

O grupo conta com o apoio da coordenação do curso de ciências biológicas, mas é encabeçado pela professora Ana Carla Feio, docente da Unama. Ainda há parceria com a Amazonia Kite e SUP e Caruanasvaa. Participam do grupo cerca de 40 pessoas, dentre alunos, professores e colaboradores. O público-alvo são os estudantes de graduação em engenharia sanitária e ambiental e ciências biológicas, e eles mesmos realizam a coleta ativa de resíduos nos rios Maguari e Rio Guamá/Complexo Ver-o-Rio. Com a pandemia, as atividades ficaram mais restritas, mas continuam seguindo os protocolos de segurança estabelecidos.

Dentro da iniciativa, os alunos também produzem dois podcasts, “Casa da Vovó” e “Natureza em Foco”, que falam sobre educação ambiental de maneira descomplicada e lúdica, a fim de despertar a consciência ambiental de crianças e público em geral. A proposta é explorar o potencial da educação ambiental e resgatar o sentimento de pertencimento à natureza, de acordo com a organização.

Os podcasts têm até oito episódios. As interações ecológicas e a polinização são alguns dos tópicos explorados em cada edição. A cada programa, os alunos aprendem novas ferramentas e desenvolvem novas habilidades, que vão desde a pesquisa e adaptação do tema até a criação de roteiros, animações e domínio da tecnologia.

UFPA tem coleta seletiva

Entre as práticas sustentáveis, a Universidade Federal do Pará (UFPA) tem um programa de Coleta Seletiva Solidária no campus de Belém, iniciativa cujo processo de implantação começou em 2007, cumprindo o decreto federal nº 5.940, de 2006, que institui a separação dos resíduos recicláveis gerados pelos órgãos públicos federais e sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis.

image Lúcia Almeida, da UFPA, ao lados de integrantes de associações e cooperativas de catadores (Divulgação)A partir desta data, foi iniciada a formação da primeira Comissão da Coleta Seletiva Solidária da UFPA, com uma palestra para a sensibilização da comunidade universitária, em abril daquele ano. Hoje, o programa é coordenado por esta comissão, que tem vigência de dois anos e conta com a participação de funcionários de uma empresa terceirizada de limpeza. Há 12 servidores participando do grupo na universidade, sendo seis docentes e seis técnicos-administrativos.

“A proposta da Coleta Seletiva Solidária foi elaborada para atender as associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis em todo o território nacional, uma categoria de trabalhadores historicamente excluída, que vem lutando para conquistar o reconhecimento de seu trabalho desde os anos 1950. A seleção se dá por meio de edital de habilitação, conforme o artigo 3º do decreto federal. Na UFPA, os catadores de materiais recicláveis participam principalmente como beneficiados do Trote Solidário e Sustentável e como parceiros na sensibilização da comunidade universitária em projetos de extensão”, explica a técnica da Prefeitura Multicampi da UFPA Lúcia Almeida, especializada na área de educação ambiental e mestre em planejamento do desenvolvimento sustentável.

Segundo Lúcia, as associações e cooperativas sofreram um forte impacto após o início da pandemia da covid-19, com redução de renda, em virtude do fechamento dos pontos de venda de materiais recicláveis, assim como a suspensão da coleta seletiva pelo risco de contaminação.

Mesmo com restrições, ela diz que as atividades da comissão seguem com reuniões e atividades online, entre elas as ações relacionadas ao projeto intitulado “Coleta Seletiva Solidária da UFPA: percepções dos catadores de materiais recicláveis e da comunidade universitária em consequência das medidas de prevenção contra o coronavírus (covid-19)”.

“O projeto tem por objetivo principal promover reflexão, e o trabalho parte da análise da percepção de dois públicos: os catadores de materiais recicláveis e a comunidade universitária. Os dados resultados da pesquisa ainda estão sendo analisadas e oportunizarão o aprimoramento da Coleta Seletiva Solidária na UFPA”, adianta.

A pesquisadora afirma que iniciativas como esta são muito importantes, uma vez que visam à promoção da sensibilização e da conscientização da sociedade. “A coleta seletiva é uma ação coletiva, pois favorece uma ampla visão de outros problemas ambientais. Está ao alcance de cada um executar e transformar os cidadãos em agentes multiplicadores das questões ambientais, potencializando uma intervenção mais consciente para ações sustentáveis sobre a geração, destinação dos resíduos e a importância da separação por meio da coleta seletiva. O projeto constitui, assim, uma forma concreta para promoção da cidadania dentro de um processo de ampliação da consciência socioambiental”.

Empresa incentiva coleta

Por meio do programa E+ Reciclagem, a Equatorial Pará atua incentivando a cultura da reciclagem e da sustentabilidade no município de Santarém, no Pará. Além de dar a destinação correta dos resíduos sólidos recicláveis e evitar que mais lixo seja descartado no meio ambiente, o projeto dá desconto na conta de energia, de acordo com a quantidade e tipo de material reciclável. O desconto pode ser aplicado na conta do cliente residencial ou pode ser doado a uma instituição filantrópica cadastrada.

Atualmente, mais de 2.300 clientes fazem parte do E+ Reciclagem e quase 89 toneladas de resíduos já foram trocadas em três anos de funcionamento, sendo 74 toneladas só de papel. Os resíduos que podem ser trocados são plásticos, como garrafas pet, embalagens de produtos de limpeza, de massas, potes de manteiga e margarina, baldes e bacias, entre outros similares; metais, incluindo latas de alimentos, refrigerantes, cervejas, panelas e sucatas de ferro; papel, como jornais e revistas, papel comum, livros e papelão; tetra pack, que inclui caixas de leite ou sucos, caixinhas de molhos ou achocolatados; e resíduos orgânicos, como óleo de cozinha usado.

No posto que funciona na praça São Sebastião, no bairro Pratinha, a coleta é feita de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h. Os clientes que ainda não participam do projeto podem fazer o cadastro no próprio posto do E+ Reciclagem.

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