CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Na pandemia, cresce procura por imóveis de médio e alto padrão no Pará

Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Pará e Amapá aponta que um dos motivos é a queda nas taxas de juros dos bancos

Elisa Vaz

Com as mudanças provocadas pela pandemia da covid-19 no mercado de trabalho, muitas pessoas passaram a trabalhar em casa e precisaram adaptar os ambientes para o home office. Isso fez com que a busca por novos imóveis, geralmente mais amplos e com escritório, se tornasse uma realidade, segundo especialistas do setor imobiliário.

Estudo feito pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) aponta que houve uma melhora nas negociações de imóveis de médio e alto padrão. Segundo a entidade, as transações envolvendo imóveis de luxo garantiram ao mercado de incorporação o melhor resultado de vendas em 2020 desde maio de 2014. Com a baixa nos juros, eles voltaram a ser opções seguras de investimento, e a alta procura impulsionou a valorização dos bens.

O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Pará e Amapá (Creci-PA/AP), Jaci Colares, aponta que um dos motivos para que esta procura tenha crescido é a queda nas taxas de juros dos bancos. “Os financiamentos da Caixa Econômica e outras instituições estão tendo movimentação, 2020 foi um ano muito bom para este mercado, pelo menos os colegas têm alegado isso. No caso dos imóveis de alto padrão, as vendas não acontecem à vista, geralmente são financiados”, diz.

Segundo o especialista do mercado, com os juros baixando nos bancos, este é um bom momento para financiar. Ele afirma que ainda há, em Belém, muitos imóveis de alto padrão, que estão sendo vendidos aos poucos – não há um percentual sobre isso. “Acho que o crescimento tem a ver com a pandemia, muitos corretores têm realizado negócios, mas, em geral, são pessoas que estão mais disponíveis para comprar, ou seja, que têm mais poder aquisitivo”.

Até 2023, a Abrainc espera uma alta de mais de 20% no Brasil neste setor. Colares pontua que, localmente, a expectativa também é muito boa, o que deve movimentar o setor da construção civil e das corretoras.

Quanto aos preços, a pesquisa ainda aponta que a média subiu 0,46% em dezembro de 2020 e 0,35% em janeiro de 2021, entre casas e apartamentos. No Pará, isso não é diferente. De acordo com o economista Eduardo Costa, o aumento nos preços dos imóveis ocorreu, principalmente, porque existe uma demanda reprimida. Por isso, ele diz que a tendência no cenário de retomada da economia nos próximos anos é de geração de emprego e renda e compra de imóveis.

“Se a opção for comprar apartamento na planta por investimento, é uma aposta que, como toda aposta, tem riscos, mas é um cenário que aponta para a possibilidade de ganhos no futuro. Porque a tendência, com a vacinação, o fim da pandemia e se não houver uma crise política mais séria no país, é de que o Brasil e o mundo voltem a crescer. Vai ter geração de emprego e renda, essa renda vai circular, existe demanda reprimida por moradia, as pessoas vão buscar imóveis e o setor tende a crescer. Só que, no futuro, a taxa de juros deve crescer, então a hora de financiar imóveis é agora”, destaca o economista.

Advogada busca imóvel de médio padrão

Um exemplo de quem está à procura de um apartamento como forma de investimento é a advogada Larissa Duarte, de 31 anos, que atua na área do direito imobiliário. Ela conta que seu pai, que mora em Macapá (AP), sempre investiu em imóveis - hoje, somente um está alugado. Já a filha mora em Belém há 11 anos, pagando aluguel. "Eu conversei com ele e expliquei que não fazia sentido ele ter tantos imóveis em Macapá, onde não vou morar, e eu pagar aluguel. Então, concordamos que iríamos investir juntos em um imóvel na capital", diz.

Larissa está em busca de um apartamento de médio padrão, com dois quartos. A ideia da advogada é, por enquanto, alugar o imóvel para outras pessoas, até ela precisar de um espaço maior. Como ela mora sozinha, um quarto é suficiente. "Acho que esse vai ser um bom investimento, inclusive agora é um dos melhores momentos para comprar. Por causa da pandemia, tem muita gente vendendo, e as taxas de juros de financiamento estão mais baixas", comenta Larissa.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA