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Mesmo com inconsistências, executivos das Americanas acumularam R$ 700 milhões em uma década

Valor inclui salários, bônus de desempenho e pagamento em ações ou opções

O Liberal

Os executivos das Americanas acumularam ao menos R$ 700 milhões em remuneração ao longo da década em que a varejista mascarou a dívida de R$ 20 bilhões, incluindo salários, bônus de desempenho e pagamento em ações ou opções. Os dados são de um levantamento feito pelo Pipeline a partir dos números disponíveis nos formulários de referências da companhia. As informações são do Valor Econômico.

Se considerada a média de 18 diretores - união das Lojas Americanas e B2W, dona do CNPJ que hoje representa a atual Americanas S.A. -, foram R$ 3,9 milhões para cada por ano ou quase R$ 40 milhões por cabeça em uma década, e parte relevante dos valores estava atrelada a metas de resultados, uma das linhas do balanço majoradas pelas "inconsistências contábeis". Até os acionistas foram remunerados a partir desses resultados que são hoje questionados.

Só o pagamento à diretoria equivale a 34% de tudo o que os investidores receberam em proventos no mesmo período. Na década, Lojas Americanas e a antiga B2W distribuíram R$ 1,9 bilhão em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), de acordo com uma compilação do TradeMap. Apenas nas Lojas Americanas, no contracheque, a diretoria recebeu R$ 448,6 milhões de remuneração entre 2011 e 2020, enquanto o conselho de administração recebeu R$ 28,8 milhões nesse mesmo intervalo e os acionistas, R$ 1,3 bilhão em proventos.

Quando se fala da antiga B2W, a diretoria ficou com R$ 240 milhões entre 2012 e 2021, e os conselheiros receberam R$ 8,6 milhões. Para 2022, a previsão era de uma remuneração de até R$ 59,9 milhões para a diretoria da empresa combinada.

Ainda não se sabe o período exato das tais inconsistências contábeis, mas a referência dada ao mercado por Rial é que podem remontar a coisa de "sete ou 10 anos", por isso o recorte neste levantamento. No ano, as ações da Americanas já caíram 80%. A companhia está avaliada em apenas R$ 1,7 bilhão.

Economia