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Mercado imobiliário ainda vive efeitos da crise

Aumento do custo dos materiais de construção freia novos lançamentos no primeiro semestre

Fabrício Queiroz

Com índice elevado de vendas no primeiro trimestre, mas com poucos lançamentos até então, representantes do mercado imobiliário estão conservadores quanto ao desempenho do setor ao longo do ano. Nesta quinta-feira (21), em Belém, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) promoveu uma reunião com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para discutir sobre o cenário atual e as perspectivas para o segmento.

A CBIC apresentou dados que mostram o aumento de 9,7% no Produto Interno Bruto (PIB) da Construção Civil no ano passado, recuperando as perdas de 2020, quando o setor recuou 6,3%. Por outro lado, o aumento dos custos dos insumos tem preocupado os empresários. Somente nos últimos dois anos, a inflação sobre os materiais de construção já acumula alta de 52,7%.

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A performance do segmento de compra, venda e locação de imóveis residenciais e comerciais também inspira cautela por parte dos empreendedores do ramo. “A venda caiu muito. O mercado não está tão bom. No setor de aluguel também estamos vivendo uma crise, tentamos negociar com nossos inquilinos para manter a ocupação, mas a qualquer sinal de aumento os clientes ameaçam deixar o imóvel”, diz José Nazareno Nogueira, presidente do Sindicato da Habitação (Sindcon), que representa, entre outras categorias, as empresas de locação, avaliação e administração.

Para Nogueira, colabora para este cenário o fato de que a Caixa Econômica Federal tem ampliado a oferta de crédito para outros setores produtivos em detrimento da construção. Aliado a isso, o empresário observa a cautela diante do cenário eleitoral e qual a política econômica que pode ditar o país pelos próximos anos.

“O parâmetro do ano passado foi crítico. Estávamos tentando voltar à normalidade, mas com essas políticas econômicas mundiais acabamos submergindo a uma crise. Agora estamos em um nível de estabilidade, que espero que perdure até o final do ano”, afirma Nazareno Nogueira, enfatizando que o clima geral não estimula grandes investimentos. “Não tenho visto nada no mercado que desponte para levantar o setor imobiliário. Está tudo muito pacifico porque creio que o pessoal está se segurando para não jogar dinheiro fora. Todo mundo está se resguardando para o futuro próximo, aguardando também os bancos oficiais abrirem as carteiras para o financiamento”.

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