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Mercado de antiguidades em Belém é uma alternativa para decorações e preservação histórica

Hildemir Freitas e Marcus Elgrably possuem um extenso acervo de móveis e azulejos da história de Belém em suas lojas

Esther Pinheiro e Bianca Virgolino / Especial para O Liberal

O mercado de antiguidades pode ser visto como uma forma de preservar uma parte da história dentro das vitrines. Hildemir Freitas, que possui uma loja de antiguidades no centro de Belém, na Avenida Conselheiro Furtado, próximo ao Cemitério da Soledade, também avalia que o mercado é uma alternativa para complementar projetos decorativos, resgatar memórias e atrair turistas. Um empreendimento também compartilhado por Marcus Elgrably, no bairro do Reduto, em Belém, cujo negócio nasceu da paixão por preservar e valorizar a história por meio de objetos antigos.


Atuante no mercado comercial de Belém desde 1976, o antiquário de Hildemir teve início como um empreendimento para presentes na capital paraense com novidades para a época, como pinho e acrílico. A loja foi referência em Belém e, em certo ponto, chegou a ter as prateleiras vazias na época do Natal. Hildemir explica que a transição para o mercado de antiguidades começou após a inauguração de um shopping em Belém, que resultou em oito novas lojas de presentes que passaram a integrar o quarteirão em que a dele estava, além das que já existiam no shopping. O período também coincidiu com a criação das feiras de presentes em São Paulo.

“Todo mundo ia para as feiras e comprava as mesmas coisas, então os mesmos artigos que tinha aqui, tinha em outras lojas. Eu fui saindo da linha de presentes e entrando na linha de antiguidade, que é uma coisa que eu sempre gostei. Meu pai gostava muito de antiguidade. Desde criança, comecei a ver as antiguidades e a gente se familiariza com isso. Eu fui mudando até que eu saí da linha de presente e fiquei só na linha de antiguidade”, disse o comerciante.

Já Marcus ingressou no setor em 2003 com o foco exclusivo em antiguidades. Segundo ele, o mercado local é promissor, sobretudo entre profissionais ligados à arquitetura, ao design e à decoração. “Há um interesse crescente por peças com valor histórico e estético, o que mantém o setor aquecido, apesar dos desafios econômicos. A cultura rica da região também influencia positivamente a procura por itens únicos e antigos”, avalia.

Marcus também reforça essa relação próxima com os profissionais da área criativa: “Nosso público valoriza tanto o aspecto estético quanto o histórico das peças. Muitos estão em busca de composições únicas para ambientes personalizados.”

As vendas, entretanto, não são constantes. O faturamento da loja de Hildemir até esta quinta-feira (24) não chegou aos R$5.000,00. “Por exemplo, eu tenho peças aqui que eu vendi por 2 mil, 3 mil reais, mas às vezes é a comissão que eu ganho. É um percentual sobre a venda. Eu posso até vender mais, mas o que eu ganho mesmo não é o valor total da venda”, concluiu.

Apesar disso, o interesse pelas antiguidades permanece. Para Marcus, o movimento contínuo vem da valorização cultural e afetiva que as peças despertam. “O que atrai os clientes não é apenas o visual, mas a história que cada objeto carrega. É uma forma de manter a memória viva dentro dos lares”, finaliza.

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