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Juros altos devem impactar cada vez mais setor imobiliário

Previsão é que taxa Selic chegue em 9,25% até o final do ano

O Liberal

Durante a pandemia de covid-19, o mercado imobiliário a baixa taxa de juros e o isolamento potencializaram o mercado imobiliário em 2020, seja por questões de conforto ou de mudança de vida, como a ida para casas maiores ou para o interior.

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, o volume de financiamentos imobiliários cresceu 57,5% no ano passado. Além disso, este ano vem apresentando um recorde de lançamentos imobiliários.

Segundo a Associação, no primeiro trimestre de 2021 foram lançadas 26.384 unidades de imóveis no Brasil, o que representa um crescimento de 39% em relação ao mesmo período de 2020.

A realidade mudou em 2021, com o aumento da taxa Selic pelo Copom. A expectativa é de um mercado sem altas expressivas nos próximos dois anos. Com uma taxa mais alta, a possibilidade de compra diminui, desencorajando eventuais novos donos de imóveis.

Atualmente, a taxa Selic, que baliza os juros no Brasil, é de 7,75%, com previsão de ir até 9,25% no final deste ano.

O último relatório do déficit habitacional brasileiro, produzido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, mostra que metade do déficit é devido às pessoas não terem acesso ao crédito. O estudo aponta que 3 milhões de pessoas que residem no Brasil teriam uma "casa própria digna para morar se não fosse a alta taxa de juros".

Segundo a Associação, a expectativa é que com a definição do cenário político, a economia esteja em um rumo mais seguro, já que a alta da inflação e do dólar se deve em grande parte à questão política.

Com os conflitos políticos se amenizando, a taxa de juros deve baixar, ficando em um patamar abaixo dos dois dígitos, em torno de 6% ou 7%, segundo previsão da entidade. Logo, o mercado imobiliário pode caminhar, mas sem um salto muito grande em um futuro breve.

"A taxa de juros é só uma parte do problema, na verdade. Vivemos o fantasma da inflação novamente e as pessoas gastam mais para viver, no dia-a-dia mesmo. Isso dificulta o ato de reservar dinheiro, poupar para planos futuros. Não temos um momento propício para compra de imóveis porque, no geral, a economia brasileira vai mal. Creio que teremos um ano turbulento em 2022 com as eleições e qualquer sinal de tranquilidade só deve aparecer em 2023, e também não vai ser imediato", afirma a corretora Leonora Dias. 

Economia