Inverno no Sul e Sudeste reflete em alta de preços na Ceasa

Pimentão, tomate e pepino foram alguns dos produtos que ficaram mais caros

Abilio Dantas
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Os fenômenos climáticos do inverno nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, neste ano, com geadas e quedas repentinas de temperatura, geraram impactos nos preços de produtos comercializados na Central de Abastecimento do Pará (Ceasa-PA), neste mês de julho. Como 35% dos itens vendidos na Central são oriundos de estados de Sul e Sudeste, as dificuldades trazidas pela mudança do clima causaram encarecimento do valor de alimentos na feira localizada na Estrada do Murucutum, no bairro Curió Utinga, em Belém.

De acordo com a Ceasa, o pimentão foi um dos destaques entre os produtos que ficaram mais caros para o consumo e comercialização de alimentos dos paraenses. “Ao destacar o mês de julho, nota-se a elevação do preço comercial de alguns produtos como pimentão, que sofreu uma elevação de 38%. No verão, a embalagem com 12 quilo, que custava, em média, R$ 47,66, hoje está em torno de R$ 65,00”, informa o órgão de abastecimento.

O comerciante do ramo de alimentos ou o consumidor que sai às ruas de Belém para levar comida diariamente a seus familiares, também notou a alta no preço das unidades de couve-flor, pepino japonês e tomate longa vida, que tiveram variações de 20%, 8% e 7%, respectivamente.

Para a cozinheira e empresária Ana Menezes, de 53 anos, que trabalha há 35 anos com venda de marmitas e prato feito, no bairro do Marco, em Belém, relata que os aumentos de preços neste mês fizeram com que ela refletisse sobre a necessidade de aumentar o preço de sua comida. “Quase todos os meus concorrentes já aumentaram (os preços). Eu continuo vendendo o prato a R$ 15, que é o valor com que eu trabalho há mais de um ano, desde antes da pandemia. Eu só não aumento pelo medo de perder a clientela”, afirma.

De acordo com Ana, seu custo para o preparo das marmitas teve aumento de cerca de 50%. “O pimentão vermelho, que eu uso bastante para dar mais sabor aos meus pratos, foi um dos itens que realmente chamou mais a minha atenção por conta do preço, assim como o tomate. O pior para a gente, é que não são apenas os ingredientes que estão caros, mas o custo de vida, de forma geral, com aluguel, energia, por exemplo”, reclama.

Efeitos do inverno no Sudeste

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o frio intenso observado no Estado de São Paulo no início desta semana atingiu os pomares do cinturão citrícola, com registros de geadas em algumas áreas. Segundo colaboradores do Cepea, este cenário aumentou as preocupações de agentes quanto à produção de laranjas na temporada atual e ao vigor das plantas para a próxima safra, visto que as árvores estão próximas do período de indução floral e já debilitadas por conta do menor regime hídrico dos últimos dois anos.

De acordo com o portal G1, um produtor de café da região de Franca, em São Paulo, teve um prejuízo de cerca de R$ 400 mil depois que uma geada atingiu sua plantação na madrugada da terça-feira (20). A chegada do frio foi provocada pelo avanço de uma massa de ar polar, o que fez os termômetros caírem para abaixo de zero.

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