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Inverno amazônico deve afetar oferta e preços de frutas

Condições climáticas, custos logísticos e menor produção de algumas culturas influenciam nos valores dos produtos

Fabrício Queiroz

A ocorrência de chuvas mais intensas no último mês de novembro anunciaram a aproximação do período popularmente conhecido como inverno amazônico, que coincide com a época de verão em regiões onde o clima é mais definido. Por um lado, as precipitações mais frequentes significam um alívio nas altas temperaturas, porém também alteram a colheita de frutos bastante consumidos no dia a dia, como a laranja e a tangerina.

De acordo com o mestre em agronomia e pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, José Urano de Carvalho, as frutas cítricas são produzidas ao longo de todo o ano, mas entre os meses de janeiro a junho as colheitas são menores com as chamadas safras temporãs. “A maior produção de laranja e tangerina ocorre no segundo semestre. Esse ano, a safra de tangerina não foi muito boa e, apesar do Pará ter uma boa produção de citrus, ainda importamos muita laranja de estados como São Paulo”, comenta o pesquisador.

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A castanha-do-pará é outro produto beneficiado por essa época do ano com preços baixando mais de 50%. “No momento ainda temos castanha desse ano e o preço está razoável, saindo a R$ 70 o quilo. Mas daqui pra janeiro ela vai baixar porque começa a safra. Se hoje, o litro dela está entre R$ 10 e R$ 15, quando chega na safra baixa pra R$ 7. Aí fica melhor para nós e para o cliente comprar mais ainda”, diz Rosimar Ferreira, 50, que há 12 anos trabalha vendendo a amêndoa, méis e coco no Ver-o-Peso.

“A safra desse ano de 2022-2023 deve ser melhor que 2021-2022, principalmente para as frutas nativas e algumas produzidas em outros continentes. A maioria delas precisa de um período seco de sete a 15 dias para produzir bem. Esse ano, tivemos condições mais favoráveis, apesar de fatores como a guerra na Ucrânia, que elevou os preços dos adubos”, esclarece o pesquisador Urano de Carvalho.

Conheça o período de safra de algumas fruteiras na Amazônia

  • Abiu – De junho a julho
  • Abricó – De agosto a outubro
  • Açai – De agosto a dezembro
  • Araça-boi – De janeiro a dezembro
  • Bacuri – De janeiro a abril
  • Bacupari – De janeiro a março
  • Camu-camu – De novembro a maio
  • Carambola – De janeiro a dezembro
  • Castanha-do-Pará – De janeiro a abril
  • Cupuaçu – De dezembro a abril
  • Muruci – De setembro a janeiro
  • Pitanga – De janeiro a dezembro
  • Sapotilha – De janeiro a dezembro
  • Taperebá – De outubro a dezembro
  • Uxi – De janeiro a fevereiro
  • Fonte: Embrapa Amazônia Oriental
Economia