Intenção de consumo das famílias paraenses cresce 5,6% em outubro

Na comparação com o país, crescimento do Pará foi maior. Nacionalmente, a taxa teve variação de 2,1%.

Elisa Vaz

É possível que, neste mês de outubro, os consumidores paraenses façam mais compras. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), pesquisa feita pela Federação do Comércio do Pará (Fecomércio-PA), avançou 5,6% neste mês, na comparação com setembro, passando de 78,9 pontos para 84,5 pontos. Dessa variação, os consumidores com renda de até dez salários mínimos colaboraram com o crescimento de 5,3% no índice, enquanto os que ganham mais que isso, com 7,7%. O índice varia de 0 a 200, sendo satisfatório quando fica acima de 100, e mede a percepção que as famílias têm sobre seu nível futuro de consumo em curto e médio prazos. Na comparação com o país, o crescimento do Pará foi maior, já que, nacionalmente, a taxa teve variação de 2,1%, passando de 84,9 pontos para 87 pontos.

Economista, Nélio Bordalo observa que o paraense, no mês de setembro, está com uma intenção menor de comprar que o restante do Brasil, mas, os motivos que levaram a um crescimento percentual maior foram a melhora, mesmo que sensível, em alguns aspectos da economia paraense, tais como: deflação, o que reduziu alguns preços de produtos; crescimento do emprego formal; expectativa de melhoria profissional; e as transferências de renda. "Um ponto relevante é que houve uma dificuldade na contratação de crédito, e isso impacta na intenção do consumidor de ir às compras. Mesmo com algumas situações favoráveis, o poder de compra das famílias no cenário atual da economia ainda é instável para os próximos meses", adianta.

As falas do especialista fazem referência aos dados da própria ICF. De acordo com a pesquisa, sobre a situação de renda, reduziu o número de pessoas que consideram o cenário "pior". Em outubro de 2021, a taxa chegava a 67,7%; em outubro deste ano, 48%, o que representa queda de 19,7 pontos percentuais. Já os que consideram a situação "melhor" alcançaram 7,1% no mesmo período do ano passado, e agora representam 19,1% do total, aumento de 12 pontos percentuais. Em relação ao acesso a crédito e empréstimo, o percentual de pessoas que consideram "mais fácil" ficou quase estável, passando de 26,5% para 26,9% no intervalo de um ano. Mas a quantidade de pessoas que acham "mais difícil" caiu de 57,6% para 48,2%.

O levantamento da Fecomércio ainda tem dados sobre a perspectiva profissional. Houve uma queda no percentual de pessoas que consideram "negativa" em outubro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, passando de 51,9% para 29,5%, redução de 22,4 pontos percentuais. A taxa de pessoas que consideram "positiva" passou, no mesmo intervalo, de 40% para 64,7%, alta de 24,7 pontos percentuais. Sobre o emprego, caiu de 18,9% para 11,1% a taxa de desempregados no Pará (-7,8 pontos), e de 39,5% para 32,7% (-6,8 pontos) o percentual de pessoas que se sentem "menos seguras". Quanto às que se sentem "mais seguras", o índice, que era de 11,3% em outubro do ano passado, passou para 22,3% neste mês.

"A pesquisa sinalizou que as pessoas estão mais seguras em seus empregos, além de terem a expectativa de melhoria profissional nos próximos meses. Como a vacinação reduziu o contágio da covid-19, as empresas em atividades normais de funcionamento podem manter seus funcionários e realizar novas contratações, o que movimenta a geração de renda e também do consumo. Ou seja, quem tem o sentimento de tranquilidade de ficar empregado tem a intenção de consumir, e isso é o que o ICF demonstra", aponta Nélio Bordalo.

Comerciante sente melhora em outubro

O empresário Alírio Gonçalves, de 30 anos, afirma que, no ramo de posto de combustíveis, lojas de conveniências, padarias e diversos outros segmentos do varejo, foi possível perceber um aumento do consumo de boa parte dos dos clientes e das famílias que frequentam as oito unidades divididas em Belém e Região Metropolitana. "Teve um crescimento que gira em torno de 5% a 10% no mês, comparado ao ano passado, e eu acredito que muito desse crescimento se dá por causa dos auxílios fornecidos pelo governo, que deram uma injetada de dinheiro na economia e um poder de compra maior para o consumidor, principalmente nós que somos do varejo essencial, de combustível e alimentos", opina.

Ele acha que é o momento de fomentar esse aumento do poder de consumo das famílias por meio de promoções como "pague dois e leve três" ou de produtos que seriam secundários para o consumidor, fora da cesta básica, que, com o aumento do poder aquisitivo, acabam se tornando mais atrativos. De acordo com Alírio, essas ações aumentam o ticket médio gasto na loja. Para o restante do ano, com a Black Friday, Natal e Ano Novo, além da Copa do Mundo, que é um evento atípico, o empreendedor espera que a movimentação de veículos e de alimentos cresça cerca de 10%.

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