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Inflação: serviços de saúde e artigos de casa tiveram as maiores altas em Belém

Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15)

Abílio Dantas/ O Liberal

A inflação em Belém teve o segundo maior índice entre as capitais brasileiras, em janeiro, ficando atrás apenas de Salvador (1,08%). De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), publicado nesta segunda-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital paraense registrou a taxa de 0,82% de inflação.

Em comparação com dezembro de 2021, a alta é considerada relevante, já que a taxa saiu de 0,32% no respectivo mês para 0,82% em janeiro. Por outro lado, comparando com janeiro do ano passado, percebeu-se que as taxas encontram-se aproximadas, tendo em vista que neste mês os índices foram de 0,78%.

A alta em Belém foi ocasionada pelos preços dos seguintes produtos e serviços: Saúde e Cuidados Pessoais (2,67%), seguido de Artigos de Residência (1,54%) e Vestuário (1,24%). Já as taxas mais baixas vieram de Educação (-0,24%), Transportes (-0,05) e Habitação (0,58%).

Em todo o país, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em janeiro. A exceção foram os Transportes, cujos preços recuaram 0,41%, após a alta de 2,31% em dezembro. O maior impacto no índice do mês foi de Alimentação e bebidas (0,97%), que acelerou frente ao mês anterior (0,35%). Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (0,93%) e Habitação (0,62%). Já as maiores variações foram de Vestuário (1,48%) e Artigos de Residência (1,40%).

O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Pará e do Amapá (Corecon- PA/AP), Marcus Holanda, destaca que a pandemia influenciou as altas tanto dos produtos e serviços de saúde quanto dos artigos do lar. “Os artigos de residência envolvem todos os itens que resultam em gastos dentro de casa, como mobília, geladeira, fogão, ar-condicionado, tapete, cortina, persiana, móveis em geral. As famílias tiveram que estar mais dentro de casa, cuidando do trabalho na modalidade home office. Então, você inclui também o preço de frete dos produtos, que é um reflexo da alta de combustíveis”, explica.

No caso dos itens de vestuário, Marcus Holanda observa que o encarecimento dos insumos, como algodão e tecidos importados, é fator causador da alta. “Também podemos falar da alta do dólar e do próprio frete, como reflexos da pandemia, que são causadores dos aumentos”, afirma.

Os empreendedores Bruno e Amanda Costa, de 28 e 27 anos, pais do Fernando, de seis anos, relatam que os preços de artigos domésticos aumentaram bastante se comparados com oito anos atrás, quando os dois montaram a casa da família. “Itens como ventilador, geladeira e sofá, por exemplo, tiveram grande altas. Estamos pesquisando para trocar o sofá de casa e notamos a diferença. Os preços de geladeira também dobraram de valor. Sem falar dos gastos com alimentação, que também aumentaram muito”, acrescentam.

Dados nacionais

Conhecido como a prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,58% em janeiro. O resultado ficou dentro das estimativas do mercado financeiro, consultadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de 0,35% a 0,73%, mas superou a mediana de 0,45%. Com o resultado agora anunciado, o IPCA-15 registrou um aumento de 10,20% no acumulado em 12 meses, de acordo com o IBGE. As projeções iam de avanço de 9,95% a 10,42%, com mediana de 10,06%.

Entre os produtos com maior destaque, o grupo de Alimentação e Bebidas subiu 0,97% no IPCA-15 de janeiro, taxa quase três vezes maior do que a registrada em dezembro (0,35%). Sozinho, o grupo contribuiu com 0,20 pontos porcentuais na variação agregada.

Segundo o IBGE, os itens de maior impacto na inflação de alimentos foram a cebola (alta de 17,09%), as frutas (7,10%), o café moído (6,50%) e as carnes (1,15%).

O quadro só não foi pior porque houve queda nos preços da batata-inglesa (-9,20%), do arroz (-2,99%) e do leite longa vida (-1,70%), preços que já haviam recuado no IPCA-15 de dezembro (-6,46%, -2,46% e -3,75%, respectivamente).

Para além das comidas compradas para consumo no domicílio, a alimentação fora do domicílio avançou 0,81%, muito acima da ligeira alta de 0,08% registrada no IPCA-15 de dezembro de 2021.

A gasolina ficou 1,78% mais barata, com impacto negativo de 0,12 pontos porcentuais na variação agregada do índice, que registrou alta de 0,58% em janeiro, ante o avanço de 0,78% de dezembro de 2021.

Outros combustíveis também ficaram mais baratos. O etanol recuou 3,89% na leitura de janeiro do IPCA-15, enquanto o gás natural veicular cedeu 0,26%.

Economia