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IBGE aponta queda no preço dos alimentos na Grande Belém após 12 meses de altas

Junho fechou com redução no preço de vários itens da alimentação, como batata, cenoura, cebola, e outros.

Natalia Mello

O preço de vários itens da alimentação baixou na Grande Belém depois de 12 meses de alta registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (8). Ainda na Região Metropolitana, a inflação calculada para o mês de junho ficou em 0,24%, depois de registrar 0,48% em maio, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No Brasil, esse percentual também caiu, de 0,83% para 0,53%, no comparativo do mesmo período.

Os itens que puxaram a inflação para baixo foram do grupo de alimentação e bebidas – um dos cinco que tiveram redução dentre nove pesquisados. A retração (- 0,18%) ocorreu devido às maiores reduções de preço em seus itens: batata-inglesa (-15,38), a cebola (-13,70), a cenoura (-9,87), o tomate (-9,37) e o feijão carioca (-7,76%) e preto (-5,83).

Na contramão desse cenário, outros itens tiveram aumento nos seus preços, foi o caso do café moído (4,41%), da cerveja (3,41%) e dos açúcares e derivados (3,34%). As carnes também continuam subindo (1,46%), acumulando alta de 9,03% no ano. Ou seja, a inflação continua crescendo, mas em um ritmo menor. Vale ressaltar que esse é o grupo de produtos e serviços com maior peso no orçamento familiar – 27,67% do total de gastos, aponta o IBGE.

A aposentada Georgina Cordeiro, de 70 anos, conta que percebeu bastante a diferença de preço da batata, cenoura e cebola, itens que ela mesma considera indispensáveis na alimentação do dia a dia em casa. “O tomate, que dizem ter baixado, ainda não percebi tanto. Está perto de cinco reais o quilo, mas a batata eu percebi, e eu faço tudo com batata, uso na carne assada, no picadinho, para fazer purê, sala de batata”, afirma.

Georgina, moradora do bairro do Benguí há 40 anos, onde mora com o marido e o filho, diz que percebe facilmente os aumentos e baixas, já que ela é a responsável por fazer as compras da casa. “Também percebi a cebola, porque eu não cozinho sem cebola, tanto que quando vi o preço mais baixo, comprei bastante e agora está cheio lá, porque fiquei com medo que aumentasse de novo”, concluiu.

Ainda se tratando de grupos que puxaram a queda da inflação, o IBGE aponta uma deflação em junho no setor de transportes, com redução de 10% depois de quatro meses de altas consecutivas. A retração mais alta foi registrada no preço da passagem aérea (-5,68%), seguida pelo preço de acessórios e peças (-3,70%). A gasolina (-0,03%) e o óleo diesel (-1,47%), que acumulam expressivas altas de 23,39% e 26,87% no ano, respectivamente, em junho também tiveram queda nos valores.

Artigo de residência sofrem alta

O maior aumento dos grupos pesquisados foi nos artigos de residência, que registrou alta de 1,23% no mês passado e, no acumulado do ano – janeiro a junho –, 7,63%, também a principal elevação nos preços de 2021 do período. Os responsáveis por puxar a inflação para cima foram aparelhos de TV, som e informática (+ 2,91%) e os eletroeletrônicos (+ 2,07%). A segunda maior alta ficou com o grupo saúde e cuidados pessoais, com alta de 1,12%: produtos farmacêuticos (1,79%), antialérgicos (3,77%) e analgésicos (2,38%); e produtos de higiene pessoal (1,26%).

Em relação ao grupo habitação, que em maio teve alta de 0,66%, impulsionada pelo aumento da energia elétrica, em junho continuou em alta (0,54%), mas desacelerou em comparação com o mês anterior. A energia elétrica residencial ficou com alta de 0,37%.

Até junho de 2021, a inflação acumulada na Região Metropolitana de Belém foi de 3,63%, percentual próximo do que foi registrado para o país como um todo: 3,77%.

Economia