Governo corta 934 mil pessoas do Bolsa Família por suspeita de fraude, aponta site
Foram cortados do programa, beneficiários que alegavam viver sozinhos
O governo Lula está investigando possíveis irregularidades no registro do Bolsa Família. Aproximadamente 934 mil indivíduos que afirmavam viver sozinhos foram removidos do programa. A situação levanta suspeitas de possíveis atividades fraudulentas. As informações foram divulgadas com exclusividade pelo portal UOL.
Em março, o governo iniciou a averiguação. Em abril, fez o bloqueio temporário de 1,2 milhão de benefícios e exigiu recadastramento. Já em junho, estabeleceu regras mais rígidas para os cadastros unipessoais. Parte delas passou a valer em julho.
Durante a gestão de Bolsonaro, benefícios unipessoais passaram de 2,2 milhões para 5,9 milhões. Quando o Auxílio Brasil foi iniciado, elas representavam 85% dos beneficiários. Já no final do governo, eram 73%. Esse conjunto de pessoas foi inicialmente cadastrado durante o período do Auxílio Brasil. Essa inclusão resultou em um aumento de 15% para 27% na quantidade de famílias beneficiadas, o que por sua vez reduziu o impacto das famílias compostas por duas ou mais pessoas no programa.
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Após os cortes, beneficiários que dizem morar sozinhos passaram a compor 24% da folha de pagamento do Bolsa Família. É menos do que no auge deixado pelo governo Bolsonaro, mas muito acima do registrado antes do Auxílio Brasil.
Em nota enviada ao UOL, o Ministério do Desenvolvimento Social informou que em agosto, devem ocorrer novos cortes de benefícios unipessoais. "No mês de julho entraram em vigor novos procedimentos referentes à averiguação dos cadastros unipessoais. Essas alterações terão repercussão na folha de pagamento do mês de agosto, previsto para iniciar no próximo dia 18, quando se esperam novas reduções no quantitativo de unipessoais", informou a pasta.
(*Luciana Carvalho, estagiária sob supervisão da editora de OLiberal.com, Tainá Cavalcante)