Especialista ensina como dar a 'virada financeira' em 2021
Administrador afirma que é preciso transformar promessas de início de ano em ações efetivas

O ano de 2020 foi um período tão atípico, com a perda de milhares de vidas humanas para a covid-19. Além da instabilidade econômica e financeira que o Brasil atravessa, com 14,1 milhões de brasileiros desempregados, o maior número da história do País. E também com inflação acumulada em 4,31 % e o fim do Auxílio Emergencial.
Porém, algumas pessoas já estão em busca da esperança e estão perseverantes de que dias melhores virão em 2021 e se voltam para a organização e o planejamento financeiro pessoal ou familiar.
“Agora, depois que passou 2020, que foi um ano tão difícil para a saúde por causa da pandemia e para conseguir emprego, sei que ainda em 2021 será um ano também difícil, porque o Brasil ainda nem tem a vacina contra a covid-19. Mas a vida da gente não pode parar. Então, na minha família estamos sempre planejando e organizando as contas. Gastamos somente o necessário e vamos continuar assim neste novo ano. Tudo é anotado para não perdermos o controle do que precisamos pagar. Nossa vontade maior é conseguirmos emprego e aí faremos outros planos”, desabafa a garçonete Ana Clara Lins, 35 anos, desempregada e que consegue apenas alguns “bicos” para sobreviver na pandemia.
Segundo o administrador John Pablo Pinheiro, é comum as pessoas iniciarem um novo ano com grandes expectativas, fazem promessas e votos para realizarem novos objetivos. E, neste momento, são analisadas as frustrações e o que não foi alcançado no ano anterior.
“As maiorias dessas realizações, para serem concretizadas, dependem de um ‘status’ saudável na vida financeira. De nada adianta idealizar e permanecer no abstrato, é preciso ação, mudanças de hábitos para iniciar planejamento financeiro. A motivação é intrínseca e depende de cada um despertá-la”, afirma Pinheiro.
Ainda segundo ele, algumas pessoas justificam a ausência de conquistas relacionadas à área financeira, ao emprego, que pode não ser os dos sonhos, à margem salarial e etc. Enquanto outros possuem estabilidade financeira, salário desejável, fontes alternativas de renda e etc. E, mesmo assim, não conseguem atingir a tão sonhada saúde financeira.
Porém, o administrador orienta que, antes de pensar em planos para o ano de 2021, é preciso conhecer a definição da palavra planejamento. “Ela consiste em uma importante tarefa de gestão administrativa, relacionada com a preparação, organização e estruturação de um determinado objetivo. Este conceito não se restringe a questões empresariais, se expande para várias áreas, inclusive para a vida pessoal financeira”, explica.
A partir daí, John Pablo Pinheiro, que é leader coach training (formação para desenvolvimento de liderança), enfatiza que é preciso começar a agir e repensar onde se deve acertar. “Tem que ser a curto prazo, quanto antes, melhor para começar as mudanças e viver a prosperidade”.
Assim, é preciso planejar, definir quais são as prioridades e compreender as receitas e despesas, pessoais e familiares. “A partir desta reflexão, é possível iniciar a organização financeira”, afirma Pinheiro, que coordena os cursos de Gestão de Recursos Humanos, Gestão Comercial e Logística da Universidade da Amazônia, em Ananindeua, na Grande Belém.
Ele esclarece ainda que existe uma diferença entre objetivo e meta financeira. “O objetivo é o que se deseja alcançar, o propósito. Metas são as etapas a serem cumpridas, é a dedicação diária, disciplina para alcançar o objetivo. Não existe um conceito de que a meta precisa ser a longo ou a médio prazo, o que irá definir isso é o tipo de meta que está sendo estabelecido no momento, e em qual estágio a pessoa está no processo de construção do objetivo”.
Administrador cita vilões das dívidas
O administrador John Pablo Pinheiro afirma que o grande inimigo da organização financeira continua sendo o uso excessivo ou desnecessário do cartão de crédito.
“É preciso avaliar no ato da compra se o consumo é um desejo ou necessidade. A maioria das pessoas são induzidas pelas campanhas de marketing e se entregam ao prazer de comprar. Isto acontece com o uso do dinheiro também”.
Além disso, ele destaca que é importante entender quais são as despesas fixas (aluguel da casa, condomínio, prestação do carro e outros) e as possíveis despesas variáveis (supermercado, energia, água, etc.) que podem surgir durante o mês, o tão conhecido imprevisto.
“Com esta compreensão, é possível direcionar corretamente a renda. O uso do cheque ou limite especial disponibilizado pelos bancos é um dos serviços que geram endividamento”.
Na opinião dele, é aconselhável usufruir deste produto em ocasiões de extrema necessidade, caso haja. E não com consumos banais ou entretenimento.
“É uma dica para evitar danos futuros. O fracasso da vida financeira se inicia pela perda nos pagamentos às instituições financeiras e lojas. Caso isso aconteça, é preciso negociar os débitos em parcelas que caibam no orçamento”, orienta o administrador.
Todas essas orientações valem para quem ganha baixos e altos salários. “Seja qual for o salário, é possível fazer o planejamento de quitação de dívidas, poupança ou investimentos para que os planos de 2021 se cumpram. Para que novas conquistas financeiras se cumpram, é preciso corrigir falhas anteriores para começar um novo ciclo”, ressalta o especialista.
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