Engenheiro espera ‘bom senso’ do Ibama sobre exploração de petróleo na foz do Amazonas
Márcio Félix, já morou em Belém, e preside a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás

O engenheiro Márcio Félix, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), que já morou em Belém, falou com a Redação Integrada, no dia 12 deste mês de junho, sobre o pedido apresentado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a perfuração de um poço a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas.
A primeira solicitação da Petrobras foi negada pelo instituto. Na avaliação do Instituto, o plano original apresentado pela Petrobras não dava as devidas garantias para o atendimento à fauna diante de eventuais acidentes com o derramamento de óleo, por exemplo.
O Ibama também argumentou que a Petrobras não esclareceu devidamente quais e como poderia tratar os impactos em três terras indígenas em Oiapoque. A estatal protocolou, então, um segundo pedido, atualmente em análise pelo Ibama.
Enquanto isso, a Redação Integrada buscou o presidente da ABPI para saber a opinião de Márcio Flexa sobre o tema da exploração de petróleo na foz do Amazonas.
A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás, presidida pelo engenheiro, é uma entidade civil sem fins lucrativos que defende o desenvolvimento da atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural nas bacias sedimentares brasileiras terrestres e marítimas.
Como o senhor avalia o projeto da Petrobras e as discussões envolvendo a decisão do Ibama?
Engenheiro Márcio Félix – o projeto de exploração do petróleo e gás no litoral do Amapá vem sendo discutido há mais de 10 anos e com algumas negativas para licença ambiental. A minha expectativa é que as pendências e os pontos levantados pelo Ibama sejam devidamente esclarecidos.
O senhor acredita em um encaminhamento, a curto prazo?
Engenheiro Márcio Félix – A minha expectativa é de que prevaleça o bom senso e que se permita avaliar esse potencial, ou seja, perfurar um poço ou mais poços para se confirmar ou não a existência de petróleo e gás, nesta região.
Como o senhor viu a decisão da Petrobras de retirar o navio sonda da região onde seriam feitos os testes sobre a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial?
Engenheiro Márcio Félix – A decisão foi econômica, já que a presença do navio e das estruturas de apoio na região custam R$ 3,4 milhões por dia à estatal, que agora vê mais vantagem em transferir os equipamentos para as ações pontuais na bacia de Campos, na região Sudeste.
Em sua opinião, se houver a presença de petróleo na região, o que deve ser decidido, de imediato?
Engenheiro Márcio Félix – A partir daí, o Brasil deve decidir, com sua soberania, qual o melhor encaminhamento para essa possível reserva de grande potencial, então a minha expectativa é de que a gente tenha um início feliz.
Em declarações recentes, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que espera que o Ibama e os órgãos competentes do meio ambiente, apontem o que deve ser feito e o que não pode ser feito, para que a Petrobras faça de modo amparado.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou, no dia 14 deste mês, que reconhece e respeita a autonomia do Ibama, e não vai pressionar o Instituto.
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