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Empresários lamentam cancelamentos de réveillon e carnaval em Santarém e região

Todos estão de acordo que a pandemia precisa ser controlada, mas lamentam as perdas econômicas nas cidades

Ândria Almeida / DO Liberal
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Empresários do ramo de promoção de eventos dos municípios de Santarém, Belterra e Itaituba, no oeste do Pará, já estão sentindo o impacto financeiro com a decisão do cancelamento das festas públicas do réveillon e carnaval. A decisão das prefeituras foi divulgada na última semana em decorrência do aumento de casos de covid-19. E mesmo diante de uma medida de prevenção, o cancelamento levará a um grande impacto econômico para o setor de entretenimento.

O empresário Kirk Xabregas, que mora em Santarém, classificou o cancelamento das festas pelo segundo ano consecutivo como "um impacto incalculável na geração de renda", empregos e que atinge diretamente o comércio em geral.

“Já fomos afetados por mais de um ano e agora novamente uma ameaça de paralisação na questão do entretenimento, na qual não há estudo nenhum embasando que o entretenimento causaria um aumento. Nesse caso da covid, eu acredito que, de acordo com a ciência e com a consciência de todos, a gente consegue fazer os eventos sim”, opinou.

Ele fez um apelo às autoridades no que diz respeito ao reforço das fiscalizações. “Em vez de determinar o cancelamento, que aumente as fiscalizações pelos órgãos públicos nos eventos particulares e que, dessa forma, amenize a situação do impacto econômico em nossa cidade de Santarém e em toda a região aqui do oeste do Pará. Acredito que se houver um acordo entre os órgãos de fiscalização e do ramo de eventos, a gente poserá ter um final de ano com comida na mesa de todas as pessoas que vivem do entretenimento”, disse.

Hotéis

Já para o empresário, Paulo Barrudada, dono de um hotel no município de Santarém, a não haver festividades públicas de réveillon e carnaval pode ter um impacto pequeno. No ponto de vista dele, o turismo da região pode ser o diferencial para atrair quem deseja um ambiente fora de casa.

“Até então, não se tem quadros negativos, esperamos que quem venha à nossa região para aproveitar nossas praias e belezas naturais e que possam proporcionar a eles e aos moradores o melhor do turismo. A situação está sob controle. Agora é aguardar para fazer um balancete no ano que vem para visualizar a situação”, disse.

Em Itaituba, o empresário Bruno Rezende relata que, diante do crescente número de casos da covid no município e região, e com o surgimento da nova variante Ômicron, os cancelamentos das festas é aceitável, pois, segundo ele, poderá proteger a população e diminuir o impacto dentro das unidades de atendimento à saúde.

Apesar de entender o cancelamento, Bruno lamenta os impactos.

“Ficamos por muito tempo sem poder trabalhar, e não podemos parar. Fomos um dos setores que mais sentiram na pele porque, durante a pandemia, fomos os primeiros a fechar e os últimos a abrir. No contexto geral, quem perde muito mais com esses cancelamentos é o próprio município, me refiro à questão econômica, porque, querendo ou não, réveillon e carnaval aquecem o mercado, gera mais empregos e renda”, lamentou.

Contratos desfeitos

O cancelamento das festas de final de ano pegou de surpresa a promoter Laura Chagas, que estava organizando o réveillon da cidade de Belterra. Ela relata que teve que desfazer contratos, dispensar pessoas contratadas e ainda as atrações musicais.

“São datas em que as atrações duplicam de valor, então tudo é fechado com bastante antecedência. Pessoas que iriam trabalhar, desde os seguranças, aos garçons, enfim, todos foram dispensados. Apesar do prejuízo, a causa é bem justa, eu acho que se todo mundo fizer a sua parte, todo mundo só tem a ganhar. Economia a gente recupera depois, vidas humanas, não”, enfatizou.

Anderson Coelho, também promoter no município de Belterra, conta que na última vez em que os eventos foram paralisados, alguns colegas de profissão chegaram a passar necessidades.

“Espero que o cancelamento seja só nessas duas datas, pois muita gente depende desses eventos; é uma cadeia que movimenta empregos e aquece a economia”, relatou.

Cancelamento das festas de réveillon e carnaval:

Santarém

O anúncio foi feito pelo prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, na terça-feira, 23 de novembro. Esse é o segundo ano consecutivo em que carnaval e réveillon não acontecem devido à pandemia da covid-19. O motivo do cancelamento, segundo o prefeito, é a impossibilidade de fazer o controle sanitário em um ambiente aberto e afirma que mediante essa situação, ele e o secretário de cultura decidiram não realizar os eventos.

“Não temos total segurança para realizar os eventos culturais em praças públicas, os eventos em ambientes fechados estão liberados com restrições de público e exigência do certificado de vacinação”, enfatizou.

Itaituba

O prefeito de Itaituba, Valmir Clímaco de Aguiar, anunciou, na quarta-feira, 24 de novembro, o cancelamento das festas em comemoração ao aniversário de 165 anos de fundação da cidade, além do réveillon e do carnaval em 2022. O principal motivo é a persistência da pandemia no município, localizado no sudoeste do Pará.

A prefeitura afirmou que, embora os casos estejam controlados e a vacinação tenha avançado bastante, "ainda é temerário" realizar festas públicas onde o controle sobre aglomerações é difícil. E, acrescentou, realizar um evento público em que ocorrerá grande circulação de pessoas pode ser preponderante para que surja um novo foco da variante da covid-19.

Belterra

Em Belterra, a 45 km de Santarém, a não realização das duas programações foi decidida na tarde da quinta-feira, 25 de novembro, após reunião do comitê de crise, que avaliou a situação da pandemia no município, bem como o aumento no município de Santarém, a qual Belterra faz parte da região metropolitana que também anunciou o cancelamento das festas promovidas pela prefeitura.

“Existe um grande fluxo de pessoas entre as duas cidades todos os dias. O que se faz necessário é tomar as medidas preventivas”, informou o prefeito

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