Empreendedorismo: indígenas da Volta Grande do Xingu são capacitados pelo Igama e Sebrae

Eles vieram a Belém participar da exposição "Arte e Artesanato Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu", que reúne itens produzidos nas Terras Indígenas

O Liberal
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Cerca de 30 indígenas das etnias Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu participam de uma capacitação sobre empreendedorismo, promovida pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia(Igama), em parceria com o Sebrae. Habitantes de uma das uma das áreas com maior biodiversidade do planeta, eles vieram a Belém participar da exposição "Arte e Artesanato Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu", que reúne mais de mil itens produzidos artesanalmente nas 11 aldeias que fazem parte das duas Terras Indígenas, localizadas numa região que compreende os municípios de Altamira, Vitória do Xingu, Anapu e senador José Porfírio.

A capacitação foi um pedido dos próprios indígenas para entender um pouco mais sobre esse mundo que abrange o empreendedorismo de negócios, sócioempreendedorismo e intraempreendedorismo. Para Kleber Eduardo Broseghini, analista técnico do Sebrae, são indiscutíveis os benefícios de fomentar o empreendedorismo entre os indígenas que passam a fazer produtos de melhor qualidade e design e maior valor agregado, aumentando o volume de faturamento, garantindo um negócio competitivo e sustentável a longo prazo.  "Quando a gente fomenta e desperta o empreendedorismo, eles acabam descobrindo comportamentos empreendedores que nem sabiam que tinham e conseguem trazer isso para o mundo dos pequenos negócios passando a atender melhor os seus clientes e isso leva ao aumento no valor de faturamento. Entendendo, cada vez mais, que quem dita o mercado é o cliente e partir disso ter foco e um negócio que se adeque ao que o mercado tá exigindo", explica Kleber.

O cacique Gilliard Juruna, da aldeia Muratu, e presidente da Associação Yudjá Mïratu, da Volta Grande do Xingu (Aimix), era um dos ouvintes mais atentos. Ele conta que, além do artesanato, a aldeia hoje investe na produção de cacau e tem planos para apostar no segmento do turismo, tanto o ecológico quanto o de aventura. "A gente quer fazer uma coisa que não venha a afetar o meio ambiente. A gente é um povo que sempre viveu do rio, sempre dependeu do rio. Nossa região é o único lugar do mundo onde tem o peixe-zebra, um peixinho ornamental, que desperta muita curiosidade e tem gente de vários países que paga caro para ver ele, essa é uma das nossas opções. Já fizemos até testes, porque aquela região tem potencial para o turismo. Hoje, nossa realidade mudou totalmente e a gente está tentando se adaptar. Minha visão melhorou a partir dessa conversa, consegui tirar muitas dúvidas", comemora o Juruna.

Quando recebeu os produtos que fazem parte da exposição "Arte e Artesanato Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu", o coordenador do Núcleo Tecnológico e Comercial do Igama, Thiago Gamma, não teve a menor dúvida que ali havia um celeiro de economia criativa, que precisava de um olhar mais atento. "A gente espera que, a partir desse momento, crie uma sensibilização sobre o que realmente o empreendedorismo pode trazer pra eles, não só no processo de criação como na aceitação com o cliente, qual o tipo de negócio mais atraente, o que eles têm que produzir para o mercado.  Isso vai começar a trazer um pouquinho desse mundo do negócio, despertar e sensibilizar neles esse empreendedorismo".

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