MENU

BUSCA

Trabalho remoto foi exercido por 482 mil, e teletrabalho, por 326 mil, no Norte, aponta IBGE

A pesquisa apontou também que 95 mil pessoas trabalharam por meio de aplicativos e de plataformas digitais, no péríodo.

Enize Vidigal

Pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, no 4o trimestre de 2022, 7,4 milhões de pessoas exerceram o teletrabalho no país de forma habitual ou ocasional, o equivalente a 7,7% do total de 96,7 milhões da população ocupada. Na região Norte, 482 mil (6%) exerceram o trabalho remoto e 326 mil (4%), o teletrabalho, nesse período. Enquanto isso, 1,5 milhão de pessoas trabalharam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços no Brasil, isto é, 1,7% da população ocupada no setor privado, que chegava a 87,2 milhões. Somente no Norte, foram 95 mil pessoas (1,4%).

Os dados do módulo “Teletrabalho e Trabalho por meio de plataformas digitais 2022”, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada na quinta-feira, 25, foi realizada em cooperação técnica do IBGE com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). 

Trabalho remoto e teletrabalho

No período analisado, 9,5 milhões de pessoas trabalharam remotamente no país, o que inclui, além dos teletrabalhadores, aqueles que não usavam equipamentos de tecnologia da informação e da comunicação, isto é, 9,8% do total de ocupados que não estavam afastados do trabalho (96,7 milhões). Chama a atenção o rendimento médio superior dos teletrabalhadores (R$6.479) em relação aos que não trabalharam dessa forma (R$2.398). 

O consultor de marketing Reinaldo Valente, de Belém, fechou o escritório devido à pandemia, mas, após a volta à normalidade, ele e a equipe decidiram manter o home office. “A produtividade aumentou. Como eu trabalho como autônomo, consultor e assessor, aumento o rendimento porque economizo o tempo do deslocamento e outros fatores que o presencial acaba prejudicando, mas em contrapartida tem mais horas de trabalho e ganho mais”. 

Atualmente, ele mantém uma funcionária e a média de três freelancers. O fechamento do escritório gerou uma redução de 60% do custo fixo, o que oportunizou dar uma ajuda de custo à equipe que trabalha em casa e também oferecer serviços a preços menores, conforme conta. “Eu pude atrair melhores profissionais, pois o teletrabalho já é um diferencial ao ser oferecido, e não fico limitado ao estado, posso contratar pessoas de fora e também já atendi clientes de outros estados e do interior, como Florianópolis, São Paulo, Brasília, Paragominas, Parauapebas e Marabá”. 

" alt=" image " height="511" layout="responsive" width="768" >

Os motoristas de aplicativos de transporte de passageiros (excluindo táxi) e os entregadores por aplicativos tiveram alto grau de dependência das plataformas: 97,3% e 84,3%, respectivamente, afirmaram ser o aplicativo que determinava o valor a ser recebido por cada tarefa realizada e para 87,2% e 85,3%, respectivamente, o aplicativo determinava os clientes a serem atendidos. 

No período analisado, em comparação ao total de ocupados no setor privado, os plataformizados trabalharam mais horas semanais (46h x 39,6h) e tiveram menos trabalhadores contribuindo para previdência (35,7% x 60,8%). O rendimento médio dos plataformizados com nível superior (R$ 4.319) foi menor que o dos ocupados não plataformizados com a mesma escolaridade (R$ 5.348). Frente aos não plataformizados na atividade, os motociclistas de entrega por aplicativo tiveram menor rendimento (R$ 1.784 x R$ 2.210), menor proporção de contribuintes para previdência (22,3% x 39,8%) e trabalhavam mais horas semanais (47,6h x 42,8h). Enquanto 44,2% dos ocupados no setor privado estavam na informalidade, entre os trabalhadores plataformizados esse percentual era de 70,1%.

 

Economia