Dólar atinge nova mínima do ano em R$ 4,72 após duas boas notícias para o mercado nacional
Melhoria do rating brasileiro pela agência Fitch e perspectivas de que o aumento de 25 pontos-base nas taxas de juros nos Estados Unidos pesaram na valorização do real

Nesta quarta-feira, 26, o dólar à vista registrou uma queda de 0,46% em relação ao real, atingindo a marca de R$ 4,7282 - a menor cotação do ano no fechamento e o nível mais baixo desde 20 de abril de 2022 (R$ 4,6204). O otimismo no mercado foi impulsionado pelas perspectivas de que o aumento de 25 pontos-base nas taxas de juros nos Estados Unidos, anunciado no dia, possa ter encerrado o ciclo de aperto. Além disso, a melhoria do rating brasileiro pela agência Fitch, de BB- para BB, contribuiu para a valorização da moeda nacional.
A moeda americana apresentou queda ao longo da maior parte do pregão, com exceção de um leve aumento no início da sessão, quando atingiu a máxima de R$ 4,7554 (+0,07%). Porém, na etapa vespertina, a tendência de baixa se aprofundou, especialmente após o anúncio da decisão de política monetária pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Conforme esperado pelo mercado, o Fed elevou os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 5,25%-5,50%, e não deu indicações de um novo aumento iminente nas taxas.
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Presidente do Fed não descartou novo aumento de juros
Durante a coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, optou por não descartar, mas também não confirmar, a possibilidade de um novo aumento de juros em setembro. Essa postura animou a parte do mercado que acredita que o aumento de juros realizado nesse momento possa ter encerrado o ciclo de aperto. Powell ressaltou que as decisões futuras dependerão de dados e considerou que elevar os juros até que a inflação retorne à meta seria uma "estratégia errada."
A decisão do Fed foi considerada um "não-evento" para o mercado, já que o aumento de 25 pontos-base estava em linha com as expectativas, e as declarações de Powell forneceram poucas pistas sobre o futuro da política monetária. Essa conjuntura, somada à melhoria do rating brasileiro, abriu espaço para a valorização do real em relação ao dólar.
Dólar pode ainda cair mais
Economistas apontam que, sem notícias negativas relevantes da economia internacional, é provável que o dólar continue em declínio, aproximando-se de níveis próximos a R$ 4,70. A melhoria do rating brasileiro pode ter um efeito positivo para os ativos brasileiros, mas a perspectiva é que esse impacto seja limitado, visto que o país ainda está distante do grau de investimento, considerado mais atrativo para investidores institucionais.
Para especialistas, a elevação da nota de crédito soberano do Brasil pode atrair mais investimentos estrangeiros. Nesse cenário, a expectativa é que o dólar se mantenha em torno de R$ 4,75 enquanto o mercado aguarda não apenas a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quarta-feira, 2, mas também a retomada da agenda legislativa a partir de 1º de agosto.
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