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Dia das Mães: comércio de Belém espera vendas semelhantes as do ano passado

Em 2020, data teve uma queda de 20% no consumo dentro do Pará

Elisa Vaz

As entidades que representam o setor do comércio paraense divergem sobre as expectativas para o Dia das Mães, que ocorre no dia 9 de maio. Por parte do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), o presidente, Joy Colares, espera que as vendas se mantenham como no ano passado, quando a data teve uma queda de 20% no consumo dentro do Pará.

“Ainda enfrentamos uma queda na renda per capita muito grande. Com a volta do auxílio emergencial, mesmo atendendo a poucas pessoas e tendo a metade do valor, é possível que consigamos um apelo em razão do significado da data, que é a segunda mais importante do calendário do comércio”, diz.

Quanto ao tipo de presente, Joy afirma que houve uma mudança nos últimos anos, e que os filhos pararam de presentear as mães com itens para a casa e as lembranças agora são mais voltadas para a mulher. Neste ano, é esperado que apenas as pessoas com menos poder aquisitivo presenteiem a mãe com eletrodomésticos, fazendo uma “vaquinha”. Já quem tem mais poder aquisitivo deve dar presentes individuais, com destaque para as confecções, perfumaria, bijuteria, acessórios, calçados e bolsas. O ticket médio deve ficar em torno de R$ 130, não passando disso, segundo o presidente do Sindicato.

Já a assessora econômica da Federação do Comércio do Pará (Fecomércio), Lúcia Andrade, acredita que as vendas devem ser maiores este ano do que foram em 2020, em relação ao Dia das Mães. Embora a entidade ainda não tenha dados concretos, ela afirma que deve haver um bom volume de vendas em maio, apesar do cenário de pandemia e das incertezas econômicas.

“É uma oportunidade de aumentar as vendas, mesmo com os impactos da pandemia. A perspectiva é de que no mês de maio, em comparação com meses anteriores, haja um aumento nas vendas, que devem ficar melhor do que maio do ano passado, quando a Grande Belém estava em lockdown, assim como vários municípios do Pará, e os empresários não estavam preparados. Quem não tinha tradição de comprar online contribuiu para uma queda muito grande no comércio, ainda não tínhamos o costume do varejo eletrônico”, opina a especialista.

Para Lúcia, agora os empreendedores estão mais preparados para as dificuldades impostas pela pandemia, como as restrições de horário, número de consumidores, entraves de vendas online. “O empresário entende melhor o perfil do cliente atual. Muitos, ao longo desse ano, começaram a utilizar as vendas por WhatsApp, Instagram e outras redes sociais, e estão trabalhando de forma híbrida, com mais facilidade, investindo em promoções, usando mais o marketing”.

A empresária e advogada Letícia Anaisse, de 25 anos, dona da loja Le Concept, espera um aumento nas vendas de sua loja, embora não saiba precisar um percentual. Ela vende roupas de forma física e online, e abriu a loja em julho do ano passado, após o início da pandemia.

"Foi bem desafiador começar em um cenário de incertezas, mas como ela sempre foi um sonho pra mim, resolvi abrir mesmo assim, e graças a Deus estamos firmes e fortes, mesmo com todo o cenário da pandemia. O foco é no varejo online. No Dia das Mães do ano passado, a loja ainda não estava aberta, mas o que eu estou observando de forma geral no comércio é uma grande reclamação dos lojistas do ano de 2021 em relação ao que foi 2020, então acredito que talvez essa data não seja tão boa quanto nos anos anteriores", comenta.

Comércio em geral deve ter queda

Fora o movimento do Dia das Mães, o mês de maio como um todo deve encerrar em um patamar pior que o mesmo período do ano passado, que enfrentou queda de 38% no varejo paraense, em relação a maio de 2019, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A assessora econômica da Fecomércio, Lúcia Andrade, afirma que a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) fechou em 57,3 pontos, contra os 93,7 do ano passado. O levantamento é realizado no fim de cada mês, com projeções para o mês seguinte, e varia entre 0 e 200 pontos, sendo de 0 a 100 um resultado negativo e de 101 a 200 positivo.

“Isso significa que a intenção de compras está com baixa satisfação, ou seja, o consumidor está insatisfeito com sua intenção de compra para o mês seguinte. Apesar de termos intensificado as restrições contra a covid-19 em abril e maio de 2020, ainda era o início, não se tinha a magnitude do impacto dessa crise sanitária sobre a economia. Em abril de 2021 tivemos agravamento disso, o que gerou incertezas econômicas e deteriorou as expectativas de melhora na economia, criando insegurança por parte do consumidor quanto à capacidade de manutenção do emprego e da renda. Isso se reflete no seu orçamento, o que cria dificuldade para realização das compras e queda no volume de vendas. O consumidor, no geral, está com mais cautela sobre fazer novas compras”, pontua Lúcia.

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