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Custos da construção civil subiram 10,59% no Pará em 2022

Uma obra custa R$ 1.681,38 por metro quadrado, aponta levantamento do IBGE

Daleth Oliveira

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), encerrou o ano de 2022 com crescimento de 10,59% no Pará. Em dezembro, a taxa apresentou aumento de 0,70%, mantendo o encarecimento observado em novembro (0,69%).

O Sinapi mede o custo para o setor habitacional por metro quadrado, que passou para R$ 1.681,38 no Pará no mês de dezembro, sendo R$ 1.052,64 relativos aos materiais e R$ 628,74 à mão de obra. Em novembro, o custo havia sido de R$ 1.669,74.

Para o engenheiro Paulo Colares, o encarecimento do setor foi maior que o observado pela pesquisa. “Acho que abrangência das pesquisas feitas não alcançam os pormenores e acabam divulgando dados incompletos. Quem vive esse custo sabe que o Pará, tem particularidades que empurram esse percentual para mais, na minha opnião esses aumentos chegam dependendo do setor a até 20%”, opina o especialista.

Ele acredita que o maior vilão desses custos é o frete de mercadorias para e na região Norte. “O Pará, com as dimensões continentais dele, as grandes distâncias e meios de transportes que precisam ser utilizados nas logística de construção. Não temos um preço carimbado para região metropolitana para transportar para as ilhas ou mesmo pro sul do Estado. Isso precisa ser rediscutido e considerado pelas pesquisas”, detalha Colares.

Ao analisar os aumentos dos meses passados, a arquiteta Joyce Nobre diz que acredita que os preços devem permanecer os mesmos em 2023. “Os custos de obra de modo geral já estavam tendo diversas variações e prometem aumentar um pouco mais nesse ano. Acredito que tudo seja devido ao aumento do combustível, aumento dos valores das matérias primas, custo de vida que aumentou bastante nos últimos anos. Consequentemente, a mão-de-obra encareceu pois uma coisa leva a outra, aumento de transporte, alimentação, tudo afeta diretamente na construção civil também”, explica.

Como driblar a alta

A fim de não ter surpresas com os gastos, Joyce aconselha a busca de profissionais competentes para planejar e orçar os custos de uma obra. “Na hora de reformar ou construir é muito importante primeiro procurar um arquiteto ou engenheiro, pois é a partir de um projeto que conseguimos levantar os custos da obra e o cliente consegue ter um cronograma financeiro do quanto ele irá desembolsar”, afirma.

“Então é importante um bom planejamento, para que o cliente possa se organizar e gastar apenas o que estava prevendo gastar. Mas para isso, é primordial a elaboração dos projetos, pois é através deles que conseguimos mensurar valores. Fazer qualquer coisa sem projeto é um risco que o cliente corre de ter que gastar bem mais que o previsto”, garante a arquiteta.

Já Paulo, dá outras opções para gastar menos nas construções. “Sempre existem alternativas para driblar os custos. Uma delas é a construção de casas em regime de cooperativas, em que pequenas associações se juntam para construir o sonho da casa própria e assim aumentar o volume de serviços. Contratando por cooperativas, elas conseguem menores custos de mão de obra e de incidência dos encargos sociais sobre elas”, cita.

“Também é possível fazer compra de materiais em maiores volumes de forma cooperada também pode alcançar diminuições expressivas do custo”, finaliza o engenheiro.

Brasil

A região Norte teve alta em 6 dos 7 estados, apresentando a maior variação regional em dezembro (0,67%). Nas demais regiões, os resultados foram: -0,04% (Nordeste), -0,09% (Sudeste), 0,32% (Sul) e 0,21% (Centro-Oeste).

No Brasil, o índice fechou 2022 com alta de 10,90%, segunda maior taxa desde 2014 na série com desoneração, caindo 7,75 pontos percentuais em relação a 2021 (18,65%). Em relação ao ano anterior, quando ficou em 18,65%, houve recuo de 7,75 pontos percentuais.

Economia