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Cursos técnicos encurtam caminho da sala de aula para o mercado de trabalho

7 a cada 10 pessoas formadas em cursos técnicos entram no mercado de trabalho logo após a finalização do curso, aponta pesquisa

Daleth Oliveira

Para quem deseja encontrar o primeiro emprego, se qualificar, conquistar uma promoção dentro da empresa que já trabalha ou mudar de carreira sem precisar fazer uma graduação, os cursos técnicos podem ser um ótimo atalho. Uma pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que 7 a cada 10 pessoas formadas em cursos técnicos entram no mercado de trabalho logo após a finalização do curso.

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Com opções para diversas áreas, a modalidade oportuniza conhecimento teórico e prático em um curto período de tempo. O coordenador de Relacionamento com o Mercado do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Belém, Márcio Takemura, afirma que os cursos duram em média um ano, nas modalidades presencial, semipresencial e à distância (EaD) sem perder em nada o peso do currículo do profissional na hora de ingressar no mercado.

“O curso técnico dura, dependendo do curso, de um ano a um ano e meio. Ele é um ótimo atalho para o ingresso no no mercado de trabalho de uma forma mais rápida. Dependendo do curso, por exemplo, a pessoa já começa o contato profissional durante o curso por conta dos estágios obrigatórios, como no caso do curso de técnico de enfermagem”, descreve Márcio.

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Na hora de escolher o curso, é imprescindível conhecer as necessidades do mercado local, sabendo qual área tem mais oferta de vagas e média de remuneração. Entretanto, também é necessário que o interessado em ingressar na carreira técnica reconheça as suas vocações, recomenda Takemura. 

“Além de fazer uma pesquisa de mercado, é importante também dar atenção às suas aptidões. Portanto, antes de se matricular, a pessoa deve ter ciência das suas habilidades a fim de seguir em uma área que as valorize“, aconselha o especialista.
Segundo levantamento do Sesc, os cursos mais procurados e com boas taxas de empregabilidade no Pará são: enfermagem, segurança do trabalho, logística, farmácia e estética.

“Técnicos em enfermagem e farmácia sempre foram ótimas áreas para quem busca uma rápida inserção no mercado. Segurança do trabalho e logística são segmentos bastante impulsionados pela industrialização do Estado. Todo centro de distribuição, por exemplo, precisa de profissionais de logística. Enquanto a estética foi uma área que cresceu durante a pandemia. Nesse pós, as pessoas estão mais preocupadas com a aparência e bem-estar. Portanto, são bons cursos para escolher”, indica Márcio.

Tecnologia

Com a pandemia, o mercado digital cresceu ainda mais e, atualmente, é uma porta de entrada rápida para novos profissionais, principalmente do campo de programação. Segundo os dados do Google, a pesquisa por ciência de dados e tecnologia cresceu 1170% nos últimos cinco anos no Brasil e a procura pela carreira de programador aumentaram 30% em comparação com 2021.

De olho nesse crescimento, Jhulya Santos, 24, está fazendo o curso técnico de programação de jogos. “Sempre quis trabalhar com criação e animação de personagens e vi no curso técnico uma forma de chegar lá mais rápido. Acredito que este é um bom caminho para quem quer começar a carreira”, conta a estudante.

“O mercado de programação de games em Belém é muito novo, quem chegar na frente, pode ter uma carreira mais promissora e é isso que estou buscando. Sem falar que está uma área de programação em geral está em alta e em constante evolução, então, se capacitar com cursos é muito importante”, continua Jhulya.

Vantagens para contratantes

O curso técnico, isto é, a formação profissional específica, pode trazer muitas vantagens também para as empresas, pois os profissionais com formação técnica geralmente têm um conhecimento mais aprofundado, o que pode torná-los mais eficientes e produtivos em suas tarefas, afirma Ely Ribeiro, consultora e mentora na área de empreendedorismo e inovação.

“A contratação de um eletricista com formação técnica para uma loja de materiais elétricos, por exemplo, pode trazer muitas vantagens. Esse profissional terá um conhecimento aprofundado sobre as especificidades dos produtos oferecidos pela loja e poderá prestar um atendimento mais qualificado e especializado aos clientes. Por exemplo, um cliente pode entrar na loja procurando por um determinado tipo de lâmpada ou interruptor, mas não saber qual a melhor opção para sua necessidade. Nesse caso, um eletricista com formação técnica pode ajudar a identificar a melhor solução para o cliente, levando em conta aspectos como voltagem, amperagem e compatibilidade com o circuito elétrico existente. Situações como essas aumentam sem dúvida a satisfação do cliente e, consequentemente, a competitividade da empresa no mercado”, garante a consultora.

Ely diz ainda que a prova disso é que a formação técnica é valorizada no mercado em todo o mundo, “pois ela fornece habilidades práticas e específicas que atendem às necessidades das empresas e da economia em geral”. “No entanto, a valorização da formação técnica pode variar de país para país, dependendo de vários fatores, como cultura, tradições educacionais, desenvolvimento econômico e demanda por habilidades específicas”, pondera.

Áreas com maior demanda:

  • Metalmecânica;
  • Logística e transporte;
  • Construção;
  • Alimentos e bebidas;
  • Têxtil e Vestuário;
  • Tecnologia da Informação;
  • Eletroeletrônica;
  • Gestão;
  • Automotiva.

Profissões técnicas em destaque:

  • Técnicos de controle da produção;
  • Técnicos de planejamento e controle de produção;
  • Técnicos em eletrônica;
  • Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações;
  • Técnicos em operação e monitoração de computadores.

Fonte: Mapa do Trabalho Industrial

Economia