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Cresce exportação de grãos pelos portos do Arco Norte

Terminais da região aumentaram sua participação nas exportações brasileiras e transportaram volume maior que o porto de Santos

Fabrício Queiroz

Em 2022, os portos do Arco Norte superaram pela primeira vez o volume de grãos exportados pelo porto de Santos (SP), considerado o maior complexo portuário da América Latina. Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o conjunto dos portos de São Luís/Itaqui/PDM, Belém/Barcarena, Ilhéus/Aratu/Cotegipe, Santarém, Itacoatiara, Santana e TMIB/Sergipe movimentaram 52,3 milhões de toneladas de soja e milho no ano passado, número superior ao volume que passou pelo porto de Santos, que foi de 46,8 milhões de toneladas.

Os destaques são operações localizadas nos estados do Pará e do Maranhão, que respondem por mais da metade do total exportado. Nos portos de São Luís/Itaqui/PDM, por exemplo, a carga transportada foi de 18 milhões de toneladas; já no sistema Belém/Guajará, que abrange o porto de Vila do Conde, em Barcarena, o total foi de 17,4 milhões de toneladas, enquanto outros 5,9 milhões de toneladas saíram por Santarém.

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“Projetos estruturantes que visem sustentabilidade e a baixa emissão de CO2, como a implantação de ferrovias, a Oeste do Pará ligando Sinop à Miritituba, e a Leste, ligando Açailândia à Barcarena, associados as melhorias de navegabilidade dos rios Madeira, Tapajós, Tocantins e Capim; e o aprofundamento do Canal do Quiriri, potencializariam a vocação logística do Estado. A concessão de acessos rodoviários das BRs-364, 155, 158 e PA-150, com a adequação dos portos públicos Santarém e Vila do Conde também são essenciais para as cadeias logísticas”, pontua Acatauassu.

Nesse sentido de suporte ao escoamento da safra de grãos do país, que deve alcançar o recorde de 141 milhões de toneladas neste ano, o Governo Federal anunciou na semana passada um conjunto de 39 ações prioritárias que devem realizadas até os 100 dias de gestão, destacando inclusive investimentos para o Arco Norte.

“Recebemos com muito entusiasmo e otimismo o conjunto de ações, em especial quanto aos investimentos nas BRs 364 e 163, fundamentais para o escoamento de grãos pelos portos Porto Velho (RO) e de Santarém e Itaituba, assim como as ações previstas para os portos de Santarém e Vila do Conde, contudo, a manutenção dessas ações durante toda a safra é fundamental para segurança da cadeia logística”, salienta Flávio Acatauassu, que frisa ainda a importância do governo dar atenção a projetos como a Ferrogrão, que possibilitaria que o oeste paraense se tornasse o principal hub logístico da região, incrementando a geração de empregos.

Na avaliação da Amport, os resultados alcançados pelo Arco Norte demonstram que a região tem condições de se consolidar como uma referência para o comércio exterior brasileiro. “O crescimento que os portos do Arco Norte apresentaram a partir de 2016, para graneis vegetais, já indicavam essa possibilidade a médio prazo. Para 2023, é esperado uma movimentação recorde dessas commodities, consolidando essa posição”, afirma Flávio Acatauassu.

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