Cremação de pets, serviço oferecido em Belém, dá dignidade aos animais e conforta tutores
Custo pode variar de R$ 140 a quase R$ 1.000, dependendo do porte e dos serviços incluídos, como urna e velório.
Custo pode variar de R$ 140 a quase R$ 1.000, dependendo do porte e dos serviços incluídos, como urna e velório.
Os animais domésticos conquistaram um espaço de muita importância na vida de seus tutores. Se antes viviam apenas nos quintais e áreas externas, agora ocupam a casa e ganham até as próprias camas e os brinquedos.
Com o tempo, famílias passaram a ter um membro de quatro patas - é assim que eles são vistos: como parte do núcleo familiar, não apenas como seres de estimação. São tratados com a dignidade e o respeito que qualquer outro membro merece e, no momento de sua partida, recebem homenagens e têm sua memória honrada pela “família humana” que deixam para trás.
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O AnjoPet oferece serviços de cremação individual, coletiva e compartilhada. Há serviços mais básicos, para famílias que não têm interesse na devolução das cinzas e que desejam somente dar um destino adequado e digno ao seu pet, e também serviços mais exclusivos, com opção de devolução das cinzas em uma urna e demais itens do memorial.
São atendidos animais de pequeno porte em geral, como cães, gatos e roedores de qualquer tamanho e raça. Só não estão incluídos animais de grande porte como equinos e bovinos, por exemplo. Quanto aos custos do serviço, variam de acordo com o tipo de procedimento de cremação escolhido e o peso do pet, de R$ 140 a R$ 950.
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Para Cláudia, a decisão mais difícil de sua vida foi sacrificar Shakira, mas, segundo ela, a “filha pet” já estava vivendo sem dignidade. “Meu marido chegava em casa e ela estava caída na chuva, não tinha forças para se levantar, de madrugada eu levantava para tirá-la do chão porque ela chorava, se defecava e urinava onde estivesse, então tive que tomar essa decisão. Procurei a empresa e eles me indicaram o veterinário para fazer esse serviço, ele veio aqui em casa, e também contratei todo o processo de remoção”.
A facilidade oferecida no momento de luto ajudou muito a tutora. Ela disse que a postura de todos os trabalhadores é de muito respeito. “O senhor que veio buscar o corpo chegou aqui em casa e me viu muito desestabilizada. Optar pelo sacrifício não é nada fácil, ele teve uma atitude de muito respeito”, conta.
Cláudia ainda lembra que o corpo de Shakira foi removido da melhor forma possível, com identificação e dentro de um saco plástico próprio para remoções. Dessa forma, ela pode se preocupar mais com o sofrimento e menos com a parte burocrática.
A escolha de cremar a companheira se deu pelos fatores de risco que enterrar animais pode trazer. Embora seja algo cultural manter os corpos de pets falecidos no quintal de casa, por exemplo, Cláudia teve medo de que isso contaminasse o solo e a saúde de sua família.
Além disso, a psicóloga queria manter por perto as cinzas de Shakira e dar outro fim para sua história. Ela ainda não teve coragem de se desfazer da urna, é uma decisão que está tomando devagar, mas espera um dia espalhar as cinzas em um local onde a cachorra gostava de brincar ou passear.
O valor não pesou na hora da opção por cremar a companheira de 16 anos - Cláudia só queria oferecer o melhor para o animal. Ela optou por um serviço um pouco mais caro que o básico, mas diz que não foi nada surreal e que ficou dentro do seu orçamento.
“Independente do valor, queria dar o melhor para ela, não foi algo irreal para o meu padrão de vida, eu trabalho, então não foi impossível. É acessível porque você encontra valores variados de urnas. Comprei uma mais cara, mas quem não pode encontra vários preços. Não vejo o lado comercial, vejo o lado humano”, afirma.
Hoje a psicóloca também cria joias afetivas para o AnjoPet. “Tenho um carinho imense por eles, que me acolheram, e tenho essa parceria há quase dois anos. Um pouquinho antes de eu tomar decisão de sacrificar a Shakira, tinha começado a fazer essa joias, eu já sabia que em algum momento ela ia nos deixar”.
Quem também enfrentou uma partida recente foi a publicitária Amanda Leal, de 28 anos. O seu pet, Romeu, que faria 10 anos em maio, faleceu no mês de março deste ano e também foi cremado. “O Romeu chegou na nossa família em 2013 e ia fazer 10 anos agora em maio. Ele sempre teve vários problemas de saúde e precisou fazer um procedimento que levava anestesia geral e, por conta das comorbidades, acabou não resistindo”, lamenta.
Diferente de Cláudia, a tutora do poodle não chegou a pesquisar serviços antes, mas já conhecia o trabalho de cremação, que foi indicado no hospital onde ele faleceu. "Escolhemos essa opção por ser uma forma digna de nos despedirmos dele, e facilita para as famílias de pets que não têm local para enterrar, como sítio ou quintal. Optamos por que eles mesmos jogassem as cinzas no espaço, que parece um sítio”.
A remoção do corpo de Romeu foi feita diretamente na clínica onde ele estava, após a família ter seu momento de despedida, e, para Amanda, esse processo facilitou muito durante o período de dificuldade. Os preços não tiveram tanta importância para a publicitária, afinal, os pacotes têm diferentes valores, a depender da condição financeira de cada família. “Achei uma forma muito carinhosa de eternizar a memória do Romeu, que foi muito importante para a nossa família”, ressalta a tutora.