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COP 30: Inovações na culinária paraense oportunizam empreendedorismo

Curso sobre o tema foi ofertado em Belém durante a Semana do MEI, realizada pelo Sebrae Pará

Gabriel da Mota
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Inovações na culinária paraense podem aumentar as oportunidades no empreendedorismo. Como parte da programação da Semana do Microempreendedor Individual (MEI), realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Pará entre os dias 20 e 24 de maio, por exemplo, foi ofertado um curso de confeitaria regional, em Belém, para empreendedores do segmento alimentício. A confeiteira profissional Gianna Serrão, de 49 anos, instruiu os participantes com dicas para explorar, com criatividade, ingredientes regionais visando às oportunidades trazidas pela 30ª Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas (COP 30) da Organização das Nações Unidas (ONU), que será realizada em novembro de 2025 na capital paraense.

“O mercado da confeitaria e alimentação é muito promissor. Hoje, eu trouxe para eles uma virada de chave, para a gente levar o Norte muito mais além das fronteiras do Brasil”, disse Gianna, que ensinou a preparar duas receitas: um bolo de açaí, e uma torta de tapioca com doce de cupuaçu e cumaru. “A torta, porque está chegando o São João, para fugir um pouco do bolo podre. E o bolo de açaí para apresentar um produto diferenciado para os clientes que gostam de açaí. São duas coisas que você não vê por aí, é uma inovação e dá para ganhar bastante dinheiro”, explicou.

image Uma das receitas ensinadas foi o bolo de açaí (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

Além de explorar outras possibilidades de preparo dos alimentos regionais já conhecidos, a instrutora também orientou sobre a importância de consultar o Sebrae para regularização dos negócios. “Eu vejo que as pessoas têm medo de fazer um MEI, até mesmo palavras técnicas são desconhecidas. Minha dica é que participem de reuniões e esclareçam todas as dúvidas, porque o Sebrae está aí para ajudar. A COP está próxima e, para ganhar dinheiro, quem estiver profissionalizado, é agora”, afirmou.

⁠Helen Rodrigues, de 38 anos, trabalha há seis anos no ramo da confeitaria, comercializando doces e salgados por encomendas. Há três anos, ela se tornou MEI e, pela primeira vez, participou de um curso do Sebrae. “Eu vi no Instagram que teria a Semana do MEI e, pelo tema de culinária regional e pela COP 30, que vai abrir portas para a gastronomia paraense, vim participar”, justificou. Atualmente, ela é estudante do curso de Gastronomia e diz que, cada vez mais, busca conhecimento para oferecer o melhor aos seus clientes. 

image Helen Rodrigues é MEI no ramo da confeitaria (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

Dentre os ingredientes regionais com os quais está mais familiarizada, estão o cupuaçu e a castanha-do-Pará, utilizados em recheios. “O açaí é um diferencial a mais que, agora, eu vou aprender”, disse. Sobre como lida com a concorrência, ela é enfática: “A gente não tem que visar a concorrência. Tem que ir atrás de conhecimento para se destacar no mercado”, afirmou.

Zíngara, de 43 anos, e Ivaldo Capeloni, de 62, são casados e sócios em uma empresa de buffet e eventos que existe há 12 anos, com foco em culinária regional e prestação de serviços sustentáveis. “Apesar de nós termos a empresa há 12 anos, é a primeira vez que nós procuramos um curso do Sebrae. Nós viramos MEI há sete anos, e não priorizávamos essa atividade”, contou Zíngara, que é contadora, enquanto o marido é advogado. Ela continua trabalhando na área, enquanto ele, recentemente, se aposentou. Por conta do faturamento limite de R$ 81 mil por ano, os MEIs estão em vias de se tornar microempresa (ME), já que o atendimento a eventos corporativos têm trazido vários clientes, principalmente após a formalização do negócio.

image Zíngara e Ivaldo Capeloni são sócios em uma empresa de buffet e eventos (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

“O mercado de buffet de eventos tem muitas oportunidades. O Pará está tendo muita visibilidade na questão gastronômica, a gente só precisa se inteirar das tendências, o que o público espera e oferecer”, garante Zíngara. Outro valor agregado ao empreendimento é a sustentabilidade ambiental: “A gente não trabalha com descartáveis, todas as embalagens são biodegradáveis. A academia tem olhado muito para isso”, diz Ivaldo, referindo-se ao fato de atender, com frequência, eventos realizados em universidades. “E nós temos receitas autorais, como quiche de vatapá, biscoitos regionais de castanha-do-Pará, pastel de forno de cupuaçu que são diferenciais. A gente recebe feedback nos eventos de que são produtos sem comparação”, completou Zíngara.

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