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Consumo consciente leva pessoas a trocar roupas em brechós

Mercado de roupas usadas ganha força impulsionado pela crise ocasionada pela pandemia

Laís Santana
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Os impactos que a pandemia de Covid-19 causou na economia impulsionaram novas formas de consumo. Entre elas está o mercado de vestuário, calçados e acessórios de segunda mão. Muitas pessoas passaram a economizar em vários aspectos e a priorizar lojas locais e independentes. Com isso, a ideia de consumo consciente se fortaleceu e os consumidores recorreram ainda mais aos tradicionais brechós. 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2008 e 2018, o faturamento nominal do varejo brasileiro cresceu 199% e o da venda de produtos usados, 132%. Já o Sebrae aponta que o comércio de roupas, calçados e acessórios usados aumentou 210% entre 2010 e 2015. 

Foi com o brechó online Gatas Peraltas que a estudante de Ciências Biológicas, Aline Mergulhão, encontrou a oportunidade de ganhar dinheiro. A loja surgiu nas redes sociais em 2018, quando Aline fez várias tentativas sem sucesso de conquistar uma vaga no mercado de trabalho. A princípio a estudante vendia as próprias roupas e acessórios, mas com o tempo, o negócio foi crescendo e ela passou a comprar peças de outros brechós para anunciar em seu perfil no Instagram. 

“Quando eu comecei não tinham noção nenhuma de divulgação ou conhecimentos sobre consumo consciente. Depois eu passei a estudar sobre o que é o brechó, a importância para a economia e o meio ambiente, e isso ampliou muito os meus horizontes. Hoje eu tenho isso como um trabalho e algo que eu gosto muito”, afirmou a empreendedora. 

Com a pandemia, Aline percebeu que a procura dos clientes reduziu praticamente a zero e as medidas restritivas dificultavam ainda mais as entregas. Após a retomada das atividades econômicas, a estudante revela ter sentido aumento na procura por produtos de segunda mão. 

“Grande parte do meu público é formado por pessoas universitárias. Quando elas me procuram, a gente bate um papo e conversa bastante sobre a importância do consumo consciente. Antes as pessoas tinham muito preconceito com produtos de brechó, mas as coisas estão mudando e hoje em dia a procura já tem sido maior”, pontua. 

Umas das clientes do Gatas Peraltas é a professora de Artes, Carolina Ribeiro, 39 anos. Ela que também é cliente de brechós há aproximadamente 12 anos e possui sua própria loja de roupas e acessórios usados, enxerga no mercado de segunda mão a versatilidade atrelada a economia. 

“Eu sou uma mulher consumista e no brechó eu encontrei uma forma de sempre renovar meu guarda roupas sem ter que gastar fortunas em shoppings. Nos brechós encontro peças de qualidade, novas, semi novas, de grife a preços acessíveis. Compro e troco peças. Comprando em brechós posso mudar de estilo com facilidade e com pouca perda e quando enjoo da peça, ela volta para o brechó”, afirma. 

Na avaliação da empreendedora, o consumo consciente é fundamental para reduzir o desperdício. “Não vamos acabar com a produção de novas peças. Fato! Mas temos a chance de não desperdiçarmos o dinheiro que foi investido na compra daquela peça e isso já é lucro.Os brechós não são só de venda, são de trocas também.  Temos a oportunidade de nem gastar dinheiro fazendo trocas. Esse meio não é só sobre consumo, também dividimos experiências e nos apoiamos”, acrescenta.

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Economia
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