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Consumidores paraenses deixam compras de Natal para última hora

Falta de tempo e pesquisa por preços e promoções são algumas das justificativas

Abílio Dantas

O hábito do brasileiro de deixar tudo pra última hora deve influenciar também neste ano as compras do Natal. De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em torno de 13,2 milhões de pessoas devem fazer as compras natalinas somente a poucos dias de comemoração da data. A quantidade equivale a 10% daqueles que têm a intenção de presentear alguém, acima dos 8% registrados em 2018. No centro comercial de Belém, as pessoas contam que demoram a comprar por falta de tempo ou para aguardar por promoções mais em conta.

O comerciante Walter Júlio Filho, proprietário de uma loja de confecções localizada na rua Santo Antônio, no Comércio, afirma que entre os dias 20 e 24 é o período em que o movimento de consumidores fica mais intenso. Para ele, o costume de não comprar com antecedência é cultural. “Acredito que as pessoas não possuem o hábito de planejar a vida, como um todo. Aqui na minha loja, os clientes só começaram a vir nesta semana. Agora a loja está bem movimentada, mas na próxima semana, estará um sufoco”, assegura.

A enfermeira especializada em Ginecologia, Amanda Silva, 33, reveza as tarefas do setor onde trabalha apenas com uma colega, o que torna a sua rotina difícil para tirar um tempo para comprar os presentes. “Hoje consegui reservar um momento, mas confesso que ainda não vou comprar, apenas pesquisar os melhores preços, visitar várias lojas, ver o que é mais vantajoso. Não podemos comprar de qualquer jeito”, aconselha.

Apesar de estar desempregado, o jovem Jhonata Marques, 22, também foi ao centro comercial pesquisar os melhores preços. Com a ausência de ocupação remunerada, este não será um Natal para dar presentes, apenas comprar “lembrancinhas” para o amigo invisível da família. “Tenho a impressão de que sempre é melhor esperar chegar mais próximo do Natal para encontrar os melhores preços, já que nenhum comerciante vai querer ficar com a mercadoria parada. Estou procurando uma boa calça jeans com um bom preço, mas é para mim mesmo, não é um presente. Ainda não estou podendo presentear ninguém”, relatou.

Mesmo com as 437 mil pessoas desempregadas, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em todo o Pará, os consumidores devem gastar mais no Natal que no ano passado. É o que afirma estudo da Confederação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio-PA), feita em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que aponta que 56% da população pretende fazer mais compras que em 2018, no mesmo período.

“O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou variação de 13,7 pontos percentuais, na comparação do índice de novembro deste ano com o de novembro do ano passado, o que significa que haverá aumento na busca por produtos”, a assessora econômica da Federação, Lúcia Cristina de Andrade Lisboa.

Sobre a compra de última hora, em todo o país, CNDL e SPC Brasil informam que a expectativa por promoções (48%) é a principal justificativa dos entrevistados para postergar as compras. Outros 20% estão à espera do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, enquanto 12% alegam falta de tempo para ir às compras. Uma outra fatia (11%) admite falta de organização e 10% citam a preguiça como argumento para empurrar a tarefa para a última hora.

Economia