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Comportamento do motorista é determinante no consumo de combustível

Manutenção adequada, direção defensiva e tipo de veículo podem influenciar em economia que varia de 3% a 50%

Fabrício Queiroz

A oscilação nos preços dos combustíveis é uma preocupação constante para os proprietários de veículos. Mas além da influência do mercado que dita os valores a partir da produção e da demanda, outros fatores relacionados ao carro e ao comportamento dos condutores tem peso importante nos custos. De acordo com Manoel Nogueira, que é doutor em Combustão e professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará (UFPA), a escolha por modelos de automóveis mais eficientes pode gerar economia de até 50% em gasto com combustível.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) divulgou no início deste mês os resultados da 15ª edição do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). Na pesquisa foram listados os modelos mais econômicos e aqueles que mais gastam combustível, com base em uma metodologia que abrange eficiência energética, autonomia, consumo e emissão de gases. O destaque positivo foi para Renault Kwid, modelo Zen/Intense, motor 1,0 – 12 V. Já na outra ponta estaria o Chevrolet Spin, modelo 1.8L AT LTZ5, motor 1.8L – 8V.

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Um aspecto que chama atenção é o fato de que nove dos dez carros mais econômicos possuem motor 1.0. Na avaliação do professor Manoel Nogueira, a classificação faz sentido, contudo é necessário considerar os usos e as limitações desse tipo de veículo. “Se você precisar subir uma rampa com um carro 1.0, você vai ter que desligar o ar-condicionado para ganhar mais potência, o que não é necessário com outros motores. Quando se fala de carro mais econômico, geralmente se está falando de carro de menor cilindrada. De fato, um automóvel 2.0 vai ter mais consumo de combustível porque quanto maior a potência, maior é o consumo, mas é importante dizer que existe um aspecto subjetivo, que depende do uso que vai se dar ao carro”, pondera.

Algumas questões como a falta de manutenção do veículo ou a aerodinâmica, como a presença ou ausência de aerofólio, impactam no desempenho e nos gastos com combustível, porém o docente diz que a atenção a esses quesitos implicam em uma redução de custos pequena. “Todas as questões técnicas do tipo manter os pneus do carro calibrados, verificar a lubrificação ou fazer a revisão do funcionamento do motor levam a uma economia marginal, em torno de 3% apenas”, explica Nogueira, que ressalta que o fator mais determinante é a forma de condução.

“Se você é uma pessoa que dirige agressivamente e, por exemplo, acelera e pisa no freio constantemente, isso sim causa um grande consumo. Quando se acelera bastante se acaba descarregando um grande volume de gasolina. Evitar esse tipo de conduta representa uma economia de 10% a 12%”, diz o professor de engenharia mecânica, que complementa: “Quem tem ‘pé pesado’, paga mais caro no final do mês”.

Uma alternativa para muitos motoristas é variar entre o abastecimento com álcool ou gasolina em automóveis flex, porém Manoel Nogueira esclarece que essa opção só é vantajosa se o etanol tiver 30% mais barato que a gasolina, visto que esse tipo de combustível gera menos energia. Caso a relação entre os valores seja inferior a isso, é recomendável abastecer com gasolina.

Para ele, a estratégia mais econômica atualmente é a optar pela aquisição de veículos híbridos, ou seja, que possuem motores a combustão e elétrico. “O futuro passa pelos carros híbridos porque eles conseguem economizar mesmo em situações de engarrafamentos. O motor desliga e ele fica movido pelas baterias. Isso faz uma mudança substancial no transito urbano”, analisa. O docente destaca ainda que esses veículos seriam mais vantajosos, mesmo considerando que a indústria automobilística ainda passa por uma fase de transição e que esses modelos custam mais caro.

“O carro hibrido é cerca de 20% mais caro do que o seu equivalente convencional. Porém, diminuem as despesas com combustível e com manutenção porque se consegue até dobrar a quilometragem por litro abastecido”, frisa.

Dicas para economizar no consumo de combustível

  • Faça revisões regulares no veículo - A atenção com a parte elétrica, a calibragem dos pneus, a lubrificação, entre outros quesitos evita gastos desnecessários com consertos, diminui o consumo e ainda garante mais segurança ao condutor e aos passageiros.
  • Dirija de forma defensiva e econômica - Mantenha velocidades constantes, dê atenção às marchas e evite acelerar bruscamente.
  • Considere trocar o veículo a combustão por um com motor hibrido - Além de poder optar pelo abastecimento com energia elétrica, o desempenho desse tipo de carro é melhor no trânsito urbano e proporciona economia mesmo em situações de transito intenso.
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