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Comércio paraense volta a crescer em maio e recupera parte das perdas

Nos dois meses anteriores houve os piores resultados desde janeiro de 2000

Thiago Vilarins

Depois de dois meses seguidos de quedas históricas, as vendas no comércio varejista do Pará voltaram a crescer em maio. De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nessa quarta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo do Pará avançou 0,9% no último mês de maio, recuperando em pequena parte as intensas perdas assinaladas desde que foram tomadas as medidas do isolamento social para controle da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Estado.

Nos dois meses anteriores, foram anotados os piores resultados desde janeiro de 2000, quando iniciou a série histórica do IBGE:  - março, -10,4%; e abril, -13,1%. No acumulado do ano, o varejo do Estado registrou queda de 3,8%. Nos últimos 12 meses (entre maio de 2019 e maio de 2020), entretanto, o cenário ainda é de alta de 1,7%. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, a retração é bem acentuada: -16,1%.

O gerente da PMC, Cristiano Santos, explica que o resultado mensal positivo aparece após o mês em que foi registrado o pior patamar de vendas da série histórica. "Foi um crescimento grande percentualmente, mas temos que ver que a base de comparação foi muito baixa. Se observamos apenas o indicador mensal, temos um cenário de crescimento, mas ao olhar para os outros indicadores, como a comparação com o mesmo mês do ano anterior, vemos que o cenário é de queda", analisa.

Em todo o País, o crescimento das vendas em maio foi bem mais expressivo, 13,9%, o maior já registrado pela pesquisa. No geral, houve resultados positivos nas 27 Unidades da Federação, com destaque para: Rondônia (36,8%), Paraná (20,0%) e Goiás (19,4%). Neste ranking, o Pará surge com o menor crescimento mensal, seguido pelo Distrito Federal (3,9%) e Rio Grande do Norte (5,7%).

A pesquisa aponta uma perda de ritmo dos impactos do isolamento social no comércio. De todas as empresas coletadas pela pesquisa, 18,1% relataram impacto do isolamento em suas receitas em maio. Em abril, esse número era 28,1%, o maior percentual desde o início da pandemia. Com isso, há a indicação de crescimento nas atividades dessas empresas.

"A massa salarial teve uma queda de 7,3 bilhões no último trimestre, como apontou a PNAD Contínua. Mas em maio também teve uma parcela do 13º salário dos aposentados e o auxílio emergencial, que já estava na sua segunda edição, benefícios que a massa de rendimento não engloba. Então muitos fatores colaboram para esse crescimento, como o próprio aumento das atividades. De alguma maneira, houve algum impacto na abertura dessas lojas físicas e também uma acomodação no modo diferente de trabalhar, como as entregas, por exemplo", comenta Cristiano.

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