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Comércio de Belém está otimista com vendas na Copa do Mundo

Lojistas projetam aquecimento das vendas a partir de outubro

Fabrício Queiroz

O setor varejista aguarda bons resultados no incremento de vendas no segundo semestre deste ano. Além das datas sazonais que aquecem o segmento nessa época, o mercado vive a expectativa pela Copa do Mundo, que será realizada no Qatar entre os meses de novembro e dezembro.

A torcida pelo hexacampeonato tradicionalmente influencia o consumo no Brasil. Durante as competições de 2018, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estimaram que 60 milhões de pessoas pretendiam fazer compras e injetar R$ 20,3 bilhões na economia. No mesmo ano, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projetou que o setor teve um crescimento nominal de 7,9% em relação ao faturamento da Copa de 2014, quando os jogos do mundial ocorreram no Brasil.

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Segundo Yamamoto, o desempenho pode ser diferente a depender do ramo de atuação do negócio, porém devem ser observados ganhos nas principais atividades relacionadas aos jogos. “Os ramos de negócios que poderão se beneficiar mais do impulso na demanda em função da motivação da Copa do Mundo serão vestuário; material de decoração, como plásticos, papeis, linhas e bandeiras; tintas e alguns materiais para pinturas, artigos diversos como canecas, artigos musicais, brindes verde-amarelos e uma infinidade de itens que a serem utilizados nos festejos e comemorações”, comenta o empresário, que pontua ainda a importância da venda de eletroeletrônicos, como televisões, além de bebidas e alimentação, principalmente em bares e restaurantes.

Por outro lado, o período atípico para realização da Copa tem interferido na preparação dos lojistas. De acordo com o empresário José Luis Fernandez, proprietário de uma loja de artigos esportivos no centro de Belém, as eleições fizeram a organização do comércio ser adiada para depois do pleito. Aliado a isso, ele conta que, mesmo com a valorização da competição, os clientes só costumam comprar mais à medida que a seleção avança de fase.

“Só esquenta mesmo depois do início e isso também depende da seleção ir passando para as oitavas de final, quartas de final...”, explica Fernandez que tem mais de 35 anos de experiência no varejo local e ainda não tem plena confiança no hexa. “Até agora a seleção jogou só com os times sulamericanos. Temos que ver como vai ser contra as seleções europeias para saber das nossas chances”.

Mesmo assim, ele considera que os novos modelos de camisas oficiais da seleção, lançados em agosto, devem ser o principal item procurado pelos torcedores. “O que mais vende sempre é a camisa nº1 (amarela) e a camisa nº 2 (azul). Representa de 80% a 90% das vendas. Os demais artigos são apenas complementos”, pontua o empresário, que já encomendou estoques das duas peças visando a maior procura a partir de outubro. Segundo Fernandez, o valor médio das camisas oficiais deve variar de R$ 350 a R$ 500, no entanto será possível encontrar modelos genéricos com preços a partir de R$ 99.

Eduardo Yamamoto pondera, ainda, que apesar das expectativas positivas, o setor está atento ao comportamento do consumidor e como fatores como a inflação e o endividamento das famílias podem influenciar na decisão de compra, o que exige a adoção de estratégias mais assertivas dos empreendedores. “Os empresários estão se preparando com planejamento, inovação e recursos e administração de estoques. Será necessário observar as projeções do mercado, as intenções de compras e as dificuldades dos consumidores, inovar nos produtos ou na apresentação dos já existentes, administrar bem o estoque, facilitar as operações de compra e entrega dos produtos, além de atentar para marketing e vendas online”, afirma.

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