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Com pandemia, Pará fecha 9,3 mil postos formais de trabalho em abril

No mês, foram feitas 10.931 contratações frente a 20.293 demissões. O 'bimestre da pandemia' registra saldo negativo de 11.197 vagas

Thiago Vilarins

O Estado do Pará fechou 9.362 postos de trabalho com carteira assinada em abril deste ano, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados foram divulgados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, nesta quarta-feira (27). Durante o mês de abril, o Pará já enfrentava as medidas de isolamento social proposta pelos governos estadual e municipais para conter a disseminação do coronavírus.

O saldo é resultado de 10.931 contratações frente a 20.293 demissões no quarto mês do ano.  Para efeito de comparação, em abril do ano passado, o Estado anotou saldo praticamente nulo, com redução de apenas 25 postos de trabalho, decorrente de 20.211 admissões e 20.236 demissões.

O saldo paraense atual é o pior para o mês de abril desde o início da série histórica do Caged, iniciada em 2004. Antes desse resultado, o recorde de demissões no Estado foi anotado em abril 2015, no auge da crise político-econômica, com a eliminação de 2.980 empregos formais (três vezes menos que o saldo atual).

Em todo o País foram encerrados 860.503 postos de trabalho em abril (598.596 contratações contra 1.459.099 demissões), sendo o saldo paraense o 14º pior dentre todas as Unidades da Federação. Em números absolutos,  São Paulo foi o estado com maior número de vagas formais fechadas (-260.902), seguido por Minas Gerais (-88.298), Rio de Janeiro (-83.626) e Rio Grande do Sul (-74.686).

Considerando, somente, os números dos estados nortistas, o Pará respondeu por 45% das 20.771 vagas eliminadas na região em abril. Os saldos dos demais Estados foram: Amazonas (-8.583), Rondônia (-4.517), Tocantins (-2.555), Roraima (-1.044), Amapá (-805) e Acre (-203).

Todos os setores de atividade econômica fecharam o mês com saldo negativo no Estado do Pará, com destaque para o comércio, que respondeu pela maior retração mensal: -3.140 empregos formais. Logo depois surgem os setores de serviços (-3.123), da construção civil (-1.595), da indústria de transformação (-972), do comércio (-1.234) e da agropecuária (-270).  Dentre os municípios,

Na análise dos municípios paraenses, Belém, Ananindeua, Santarém e Castanhal foram os principais eliminadores de empregos formais no Pará no mês de abril, com respectivos saldos de -4.088, -834, -567 e -517. Na sequencia aparecem Altamira(-490), Marabá (-483), Tailândia (-270) e Paragominas (-205).

Na outra ponta, Santa Isabel do Pará, conseguiu anotar saldo positivo no mês, com acréscimo de 106 empregos celetistas. Depois surgem os  aumentos dos municípios de Dom Eliseu  (39), Moju (29) e de Eldorado dos Carajás (23).

Bimestre da pandemia

De janeiro a abril deste ano, houve fechamento de 6.935 postos de trabalho no Pará, com 81.524 admissões e 88.459 demissões. O número supera as perdas do mesmo quadrimestre do ano passado, que reduziu 6.285 vagas formais. Naquele ano, todos os primeiros os primeiros meses anotaram saldo negativo.

Já em 2020, janeiro (+58) e fevereiro (+3.740) anotaram desempenhos positivos, que foram absorvidos pelos efeitos da pandemia que, praticamente, paralisaram a Economia no Estado. Entre março e abril, o Pará perdeu 11.197 vagas formais.

Em todo o País, o acumulado de 2020 registrou o fechamento de 763.232 postos de trabalho ante a abertura de 313.835 novos postos no mesmo quadrimestre de 2019. Nos dois meses que mais impactaram a economia brasileira devido ao novo coronavírus, o Brasil criou 1.984.722 vagas formais. Por outro lado, os patrões mandaram embora 3.085.927 pessoas que tinham carteira assinada. Com isso, o saldo negativo da pandemia já está em 1.101.205 postos formais.

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