Com aumento de combustível e redução de passageiros, Setransbel diz que “a conta não fecha”

O presidente da entidade, Paulo Gomes, afirma que Belém é uma das poucas capitais que não possui subsídio para o transporte

Abílio Dantas
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Após o último reajuste dos preços dos combustíveis pela Petrobras efetivado na última sexta-feira (11), com destaque para o óleo diesel, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) afirma que o sistema de transporte de Belém vai entrar em colapso, pois “a conta não fecha”. A entidade destaca que na planilha que orienta o preço da tarifa atual da passagem de ônibus, em R$ 3,60, o valor do litro do diesel considerado é de R$ 3,34, referente a maio de 2019. Na semana passada, no entanto, o litro do produto já foi comprado na Região Metropolitana de Belém (RMB) a R$ 6,30, conforme o sindicato, o que representa defasagem de 88,6%.

O presidente da Setransbel, Paulo Gomes Fernandes, declara que um novo cálculo aponta que a tarifa de ônibus de Belém, nas condições atuais, deveria custar acima de R$ 5, caso seja mantido o modelo vigente, em que os custos das empresas, prioritariamente combustíveis e folha de pessoal, é pago inteiramente pelas passagens.

"Belém é uma das únicas capitais brasileiras em que o transporte não é subsidiado, junto a Acaraju e Porto Velho, apenas. Todas as outras têm algum subsídio. Isso significa que todos os gastos, que na maioria são para pagar o combustível e os funcionários, em torno de 80%, vem da tarifa. É importante frisar isso. A gente vem apelando para as autoridades para que sejam tomadas medidas urgentes. O colapso do sistema é iminente”, enfatiza.

O representante da Setransbel destaca também que, desde o início da pandemia, em março de 2020, a demanda de usuários caiu 25%. “Hoje estamos trabalhando com o número de 75% dos passageiros que tínhamos antes. Na minha opinião, os motivos são a interrupção presencial de universidades e escolas e, acredito, também a questão financeira das pessoas, também por conta da pandemia”, reflete.

O subsídio, também de acordo com o presidente do Setransbel, poderia ser feito com a desoneração de tributos, como do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), em âmbito municipal, e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em esfera estadual, além da Taxa de Gerenciamento. Ainda segundo Paulo Gomes, o sistema de transportes consome atualmente, por mês, 3 milhões de litros de óleo diesel na Região Metropolitana.

Em outubro do ano passado, o Setransbel encaminhou à Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) proposta de aumento da passagem de R$ 3,60 para R$ 4,87, o que significaria alta de cerca de 35%. De acordo com o Setransbel, até o momento, não houve retorno da Prefeitura de Belém.

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