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Clubes de assinaturas ganham adeptos em Belém

Consumidores recebem em casa, pagamento mensalmente, produtos como vinhos, maquiagens, carnes e até açaí

Eduardo Laviano/ O Liberal

Não é de hoje que os consumidores constumam adotar assinaturas para desfrutar de alguns produtos e serviços. Mas, nos últimos anos, a clientela tem ido muito além de contratar jornais, revistas e TV à cabo, passando a receber em casa - e pagando mensalmente - produtos como vinhos, maquiagens, carnes e até açaí. Criar os chamados 'clubes de assinaturas' foi a saída para muitas empresas que precisaram manter as vendas ativas ao longo da pandemia de covid-19. A estratégia resultou aumento de 18% no faturamento desta modalidade de prestação de serviço no ano passado, segundo a Betalabs, empresa de tecnologia especializada em vendas virtuais. 
O mercado ganhou cerca de 2 mil novos clubes dentre novas empresas e empresas já estabelecidas que passaram a adotar essa modalidade de vendas e, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, movimentou R$1 bilhão no último ano. O segmento de livros liderou a  preferência do consumidor no ano de 2021, com 26% do total de clubes de assinatura em atividade no Brasil. Na sequência aparecem as categorias bebidas (19%), alimentos (15%), cuidados pessoais (12%) e pets (10%).
Heliton Amaral comanda uma empresa que oferece assinaturas de açaí, em Belém, e conta que o serviço tem como diferencial a comodidade para quem consome com muita frequência, já que o fruto é considerado típico na alimentação de tantos paraenses.
"É uma facilidade para o cliente, que tem um certo nível de exigência e gosta de comodidade e conforto. Entregamos com dia e data conforme combinados, então, em vez de estar todo dia ligando e fazendo o pedido, a opção da assinatura facilita. Quem gosta muito de açaí consome todo dia, então isso faz os clientes ganharem tempo no cotidiano. Às vezes pode esquecer de pedir ou quando pede já não tem mais o tipo que ele quer. O cliente escolhe também o tipo de açaí, o popular, o médio ou o grosso. Ainda tem alguns brindes, como cupons de desconto e até farinha da tapioca para acompanhar", conta o empresário.
O mercado das assinaturas ainda está muito centralizado no eixo Sul-Sudeste do país, já que três em cada dez clubes (32%) estão no Estado de São Paulo. A lista segue com Rio de Janeiro (12%), Minas Gerais (9%), Rio Grande do Sul (9%), Paraná (9%) e Santa Catarina (5%).
COSMÉTICOS
Mas as facilidades da internet e as entregas cada vez mais rápidas ajudam os consumidores paraenses a embarcarem na onda dos clubes de assinaturas. A psicóloga Thaysse Gomes recebe diversos cosméticos e produtos de cuidados com a pele todo mês, e adora a experiência de ser assinante, pois é uma forma mais fácil de estar antenada nas novidades do mercado. 
"Eu sempre compro produtos de beleza, mas tinha muitos problemas para conhecer novas marcas. Assim os conheço e ainda me dou um presente todo mês. Fiz uma pesquisa bem extensa entre as caixas de assinaturas pra saber qual ia satisfazer minhas necessidades e sair mais em conta. Eu pesquiso o preço separadamente do que vem sempre. Eu já fiz parte de outros clubes além do atual e tinha muito desperdício, até dava pra amigos. Mas isso muda se a gente souber qual caixa escolher e priorizar as que criam um perfil pra saber o que te mandar todo mês. Desta forma eu consigo aproveitar tudo que vem", afirma a psicóloga, que sempre levanta o valor de cada item que recebe para se certificar de que a assinatura é mais vantajosa também do ponto de vista financeiro. 
Luan Gabellini, sócio-diretor da Betalabs, destaca que o resultado positivo de 18% já considera o desconto da inflação em comparação com o mesmo período do ano passado. Ou seja, trata-se de um ganho real. "[Isso] reforça a tendência de crescimento oriundo do maior volume de negócios pela internet e pela mudança no comportamento do consumidor que passou a demandar maior conveniência e a gastar mais com o autocuidado, o bem-estar e o entretenimento", afirma.

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