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Círio movimenta todos os setores da economia paraense

Apenas na rede de meios de hospedagem, reservas confirmadas já chegam a 96%

Elck Oliveira

Que o Círio de Nossa Senhora de Nazaré é o Natal dos paraenses, ninguém duvida. Para além das questões religiosas e culturais, o evento mexe com toda a dinâmica do Estado, inclusive econômica. Praticamente todos os setores são alcançados pelos impactos econômicos da festa, com destaque para as áreas de serviços, comércio, indústria, entre outros. Para se ter ideia, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará aponta que, até esta semana, cerca de 96% das reservas em meios de hospedagem que ficam próximos ao centro de Belém já estavam confirmadas. Até o próximo final de semana, quando ocorre a grande procissão do segundo domingo de outubro, esse número deve chegar a 100%. 

De acordo com o assessor jurídico do Sindicato, Fernando Soares, como nos últimos dois anos (2020 e 2021), muita gente de fora do Pará adquiriu pacotes para acompanhar o Círio e isso não foi possível devido à pandemia de covid-19, agora esse planos estão sendo retomados. “Houve um realinhamento de preços, negociações entre clientes e empresas e uma grande parte das pessoas que tinham esses pacotes agora vão poder usufruir dos mesmos. A gente acredita que o público nas procissões deste ano não será o mesmo dos anos anteriores à pandemia, quando chegávamos a ter mais de dois milhões de pessoas nas ruas, mas com certeza a volta das procissões presenciais já é um grande avanço, uma vez que ficamos dois anos sem ter atividades durante o período da festa que mais traz lucratividade para o setor”, destaca.  

Alimentação fora do lar deve crescer

Para Fernando, esse impacto econômico deverá favorecer muito mais os empreendimentos que oferecem alimentação fora do lar do que até mesmo o setor de hospedagem. “Isso porque no setor de hospedagem,  as pessoas utilizam mais ou menos por quatro ou cinco dias, enquanto a parte de alimentação fora do lar tem muito mais procura, uma vez que mesmo as pessoas que vêm do interior para casa de parentes, costumam buscar esse serviço. Elas não têm gasto com hospedagem, então, elas direcionam para a noite de Belém, em bares, boates, pizzarias, entre outros, então, para esses, certamente o Círio será muito bom”, completa. 

Estação das Docas deve dobrar média

O presidente da Organização Social Pará 200, Ruan Rocha, que administra vários complexos turísticos em Belém, incluindo a Estação das Docas e o Mangal das Garças, entre outros, também comunga dessa visão. Segundo ele, apenas na Estação das Docas, o público visitante nesse mês de outubro deverá ultrapassar a marca de dois milhões de pessoas, o que é praticamente o dobro da média de visitantes dos outros meses. “Estamos nos preparando para um grande público, principalmente no final de semana do Círio, uma vez que a Estação das Docas fica na região que é o coração das procissões, como é o caso do Círio Fluvial e do próprio Círio, no domingo”, ressalta.  

Por isso, segundo Ruan, o complexo organizou uma extensa programação cultural para esse domingo, que começa no dia 3 e segue até o domingo, dia 9. Todos esses dias, sempre no final da tarde, na orla da Estação, haverá apresentações de artistas e grupos locais, além da exposição da corda oficial do Círio 2022, que segue até o dia 8 de outubro, no Armazém 1, e da exposição fotográfica “Maria, seu povo alcança”, que vai de 3 a 31 de outubro, nos armazéns 1 e 2.

Camisetas temáticas vendem bem

Um dos souvenirs preferidos por aqueles que frequentam o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, as camisetas temáticas representam um grande negócio neste momento. O empreendedor e professor Robson Macedo, 41 anos, criou, em 2018, uma marca de camisetas regionais, a Panta Rei, que tem no Círio um dos seus momentos de maior venda ao longo de todo o ano. “Sem dúvida, o Círio só se equipara ao Natal. Por isso, todos os anos, temos que nos organizar, fazer uma produção específica para a data, criar peças exclusivas, entre outras medidas específicas para o Círio”, conta. 

image O empreendedor e professor Robson Macedo, 41 anos, criou, em 2018, a marca de camisetas regionais Panta Rei (Sidney Oliveira/ O Liberal)

Segundo ele, neste ano, apenas na última semana, já se esgotou a primeira leva de camisetas temáticas do Círio disponibilizadas na loja. Por isso, uma segunda produção deve ocorrer nos próximos dias. “No Natal propriamente dito, sem dúvida, há muitas vendas, porque as pessoas procuram presentes para dar, mas no Círio, é diferente. A pessoa compra porque é a camiseta que ela quer usar no dia do Círio, é uma simbologia mesmo. Por isso, todos os anos, precisamos criar uma estampa nova do Círio. As compras são feitas com mais antecedência e em nenhum momento elas diminuíram, mesmo no período da pandemia”, revela Robson, acrescentando que, na semana que antecede ao Círio, a loja elabora uma escala especial de trabalho, para que ninguém deixe de ser atendido. “Embora a gente também esteja vendendo na internet, a procura na loja é muito grande, principalmente na sexta e no sábado anterior ao Círio, então, a gente realmente precisa se organizar”. 

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