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Campanha ajuda famílias do Marajó com doação de cestas básicas

Iniciativa é liderada por 12 instituições paraenses, que se uniram para arrecadar alimentos para quem vive na ilha

Elisa Vaz

Famílias marajoaras que se encontram em situação de vulnerabilidade social receberão ajuda por meio de doações de cestas básicas. A campanha “Ajude o Marajó” surgiu após o lockdown na cidade, com o fechamento de todas as atividades não essenciais, o que diminuiu a geração de renda na região, que já tem um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país e cuja população vive, em sua maioria, na informalidade.

Com os efeitos da pandemia da covid-19 e sem o auxílio emergencial, foi necessária a criação de uma campanha para ajudar este público. Por isso, 12 instituições paraenses se reuniram para arrecadar, entre 6 de abril e 6 de maio, alimentos para quem vive no Marajó. Até o momento, foram doados cerca de R$ 60 mil, que possibilitaram a compra de mil cestas básicas para as famílias. A campanha será frequente, e este primeiro mês é apenas a primeira etapa. Até esta data, na primeira fase, a expectativa é arrecadar por volta de 4 mil cestas.

Segundo o defensor público Jairo Maia Júnior, que atua no município de Breves, no Marajó, esta iniciativa surgiu a partir da atuação dos servidores na região marajoara. “Além de mim, dois promotores, o Harrison Bezerra e a Patrícia Medrado, idealizaram a campanha. O lockdown em Breves tem mais ou menos um mês. Nessa época, além do problema de saúde, ficamos preocupados com a fome. O Marajó é uma das regiões mais pobres do país, atuamos lá e sabemos da realidade. Ficamos tristes com o que vemos, então pensamos em ajudar. Isso surgiu dentro da gente, foi algo espontâneo”, explica o defensor.

Jairo conta que ligou para Harrison e comentou sobre a ideia de distribuir cestas básicas. Os promotores já tinham a ideia de fazer algo no mesmo sentido e resolveram embarcar na iniciativa. De maneira informal, a equipe começou a fazer contatos e reuniões.

“Começamos a pensar em como colocar em prática, teríamos que possuir uma conta bancária, fazer a distribuição. Seguimos a sugestão da Patrícia e fizemos uma ligação para a irmã Henriqueta, da Igreja Católica, que fez contato com dois bispos do Marajó e um padre, e aí começamos a seguir o plano. Foi aberta a conta e fizemos a parte logística - as associações que apoiam foram fundamentais porque conseguimos locais de arrecadação, elaboração das publicações e dos materiais digitais”, lembra Jairo.

Além da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Estado do Pará (Adpep), também aderiram à campanha outras 11 entidades: Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE), Associação do Ministério Público do Estado do Pará (Ampep), Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), Associação dos Delegados Aposentados da Polícia Civil do Pará (Adappa), Associação de Magistrados da Justiça do Trabalho da 8ª Região (Amatra-8), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Ouvidoria Geral da DPE, Associação dos Procuradores do Estado do Pará (Apepa), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Seção Norte (CNBB), Comissão de Justiça e Paz (CJP), Movimento Humanos Direitos (MHuD) e Paróquia de Sant’Ana de Breves.

Doações podem salvar vidas

O promotor Harrison Bezerra, que também atua em Breves, no Marajó, conta que conheceu o defensor Jairo Maia Júnior há cerca de um mês. “Somos colegas há pouco tempo, mas vimos que essa realidade precisava ser mudada. Você não acredita que existe um local como o Marajó no Brasil, a crise humanitária é real, eles são invisíveis. Aqui em Belém, as pessoas em situação de dificuldade são vistas, lá não, porque a maioria é ribeirinha. Estamos próximos daquela realidade, sentimos a dor da população diariamente, e a invisibilidade agrava esse drama, além da distância dos grandes centros e os piores IDHs do Brasil; Com a pandemia, essa crise só aumentou”, comenta.

Para o promotor, a ajuda das cestas básicas é muito relevante, porque nenhum outro direito é amparado se o direito à vida não for garantido e, para isso, é preciso ter o direito à alimentação. “Não vamos resolver a realidade do Marajó com esta campanha, só vamos diminuir as dores. A sociedade civil, quando se agrega, serve como catalisadora nessas ações sociais. Além do valor em si que é doado, o gesto de humanidade tem um significado que fortalece a bondade do ser humano. É com essa perspectiva que enxergamos. Nos lembra que o ser humano é um ser bom”, completa Harrison.

As doações pela sociedade podem ser feitas de duas formas: por transferência bancária ou presencialmente. Para transferir o dinheiro, há a conta do Banco do Brasil (Agência 1686-1; Conta Corrente 34745-0; CNPJ 33.685.686/0013-94), sendo a CNBB a titular. Também é possível transferir por PIX, pelo e-mail secretariado@cnbbn2.com.br.

Já para as pessoas que quiserem doar valores em dinheiro ou a própria cesta básica pessoalmente, há vários endereços para arrecadação. Em Belém, é possível ir até a sede da Adpep, localizada na travessa Padre Prudêncio, nº 95, no bairro Comércio; a sede da Ampep, que fica na rua João Diogo, nº 70, no bairro Cidade Velha; ou na sede da Amepa, na avenida Governador José Malcher, nº 1074, bairro Nazaré. Já em Breves, o endereço é a secretaria da Paróquia Sant’Ana, na avenida Rio Branco, nº 91, bairro Centro; e na Paróquia Nossa Senhora da Luz, na avenida Floriano Peixoto, Praça da Matriz. Em todos os casos, é preciso ir em horário comercial, das 8h às 17h, em dias úteis.

Campanha tem apoio de artistas locais

A iniciativa “Ajude o Marajó”, além de instituições paraenses, também ganhou a adesão de duas grandes artistas locais: a atriz Dira Paes e a cantora Fafá de Belém. Ambas gravaram vídeos divulgando a iniciativa. Em sua fala, Paes destaca que, com a pandemia da covid-19, muitas pessoas perderam sua renda e estão passando fome.

“Estamos vivendo o pior momento da pandemia, e o povo do Marajó precisa da nossa solidariedade. Vamos fazer a diferença e salvar vidas, doando alimentos e bens essenciais. Vamos celebrar a esperança. Marajó, eu te quero bem”. Para a cantora Fafá de Belém, a solidariedade da população é fundamental em momentos como esses. “Queridos irmãos, vamos ajudar o Marajó, vamos salvar o Marajó, faça a sua doação”, convoca a artista.

Confira os pontos de arrecadação:

Belém:

- Sede da Adpep: travessa Padre Prudêncio, nº 95, bairro Comércio

- Sede da Ampep: rua João Diogo, nº 70, bairro Cidade Velha

- Sede da Amepa, avenida Governador José Malcher, nº 1074, bairro Nazaré

Breves:

- Paróquia Sant’Ana: avenida Rio Branco, nº 91, bairro Centro

- Paróquia Nossa Senhora da Luz, avenida Floriano Peixoto, Praça da Matriz

Transferência Bancária:

Banco do Brasil

Titular: CNBB

Agência: 1686-1

Conta Corrente: 34745-0

CNPJ: 33.685.686/0013-94

PIX: secretariado@cnbbn2.com.br

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