Petrobras: Caio Mário Paes Andrade é eleito pelo Conselho como novo presidente da estatal
Andrade assumirá a presidência assim que assinar o termo de posse
Caio Mário Paes de Andrade foi eleito nesta segunda-feira pelo Conselho de Administração da Petrobras como o novo presidente da empresa. De acordo com a assessoria de imprensa da estatal, Paes de Andrade assumirá a presidência assim que assinar o termo de posse, cuja data ainda não foi informada. As informações são do portal G1 Nacional.
"A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, informa que seu Conselho de Administração, em reunião realizada hoje, por maioria, nomeou o Sr. Caio Mário Paes de Andrade como Conselheiro de Administração da Petrobras até a próxima Assembleia Geral de Acionistas e o elegeu para o cargo de Presidente da companhia, este último com prazo de mandato até 13/04/2023", informou a Petrobras em comunicado.
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Andrade é o atual secretário de desburocratização do Governo Federal e irá substituir José Mauro Coelho no comando da companhia. Mauro Coelho pediu demissão no dia 20 depois de ser pressionado pelo atual governo por causa da alta dos preços dos combustíveis.
Na sexta-feira (24), o Comitê de Elegibilidade analisou a indicação do governo com base nas regras de governança da companhia e na legislação aplicável e concluiu que Andrade preenche requisitos e não tem vedações para assumir os cargos de conselheiro e presidente da empresa.
Estatal sob pressão do governo
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que está no comando da pasta desde 11 de maio, tinha indicado Paes de Andrade, mas a troca tinha esbarrado nos trâmites legais definidos para a substituição.
A Petrobras explicou que em razão da renúncia de José Mauro Coelho, o cargo que ficou vago no conselho de administração pode ser preenchido por substituto eleito pelo colegiado e que o Estatuto Social da empresa prevê que o presidente da companhia é eleito pelo Conselho de Administração dentre seus membros, não sendo necessária convocação de assembleia de acionistas para Paes de Andrade assumir a presidência.
Após a renúncia de Coelho, a Petrobras nomeou o diretor executivo de Exploração e Produção da companhia, Fernando Borges, como presidente interino, destacando que ele ficaria no comando da companhia até que seja eleito e empossado um novo presidente na estatal.
De olho na reeleição, Bolsonaro elevou o tom das críticas contra a administração da Petrobras em razão dos reajustes nos preços dos combustíveis e chegou a chamar de "estupro" o lucro da estatal.
Como fica a política de preços?
Andrade disse ao Comitê de Elegibilidade (Celeg) da companhia que não recebeu orientações do governo em relação à mudança da política de preços da estatal. No entanto, ele recusou um convite do Conselho de Pessoas da estatal para dar explicações sobre mudanças na política de preços dos combustíveis.
Segundo Andréia Sadi, colunista do g1, a aposta do governo é que, uma vez na cadeira, Andrade troque a diretoria da estatal e garanta um intervalo entre os reajustes dos combustíveis, evitando novas altas até o primeiro turno da eleição.
No dia 17 de junho, a Petrobras anunciou uma alta de 5,18% na gasolina e de 14,26% no diesel nas refinarias. Levantamento da Abicom mostra que, mesmo com o reajuste da Petrobras, o preço da gasolina nas refinarias no mercado doméstico ainda estava nesta segunda-feira (27) com uma defasagem de 10% em relação à paridade de importação, e o diesel, de 9%.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).