BNDES destina R$ 100 milhões para reflorestamento na Amazônia com startup Mombak
Essa é a primeira operação aprovada com recursos do Novo Fundo Clima para restauração de áreas degradadas
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 100 milhões para financiar projetos de reflorestamento na Amazônia liderados pela Mombak, startup brasileira especializada em remoção de carbono. Essa é a primeira operação aprovada com recursos do Novo Fundo Clima para restauração de áreas degradadas. Do total, R$ 80 milhões vêm do Fundo Clima e os outros R$ 20 milhões são da linha BNDES Finem, viabilizados após a operação receber fiança bancária do Santander.
A iniciativa vai permitir que a Mombak amplie seus projetos no Pará, fortalecendo parcerias com proprietários locais para recuperar florestas nativas, promover a biodiversidade e gerar créditos de carbono de alta integridade. A área beneficiada faz parte do chamado Arco da Restauração — zona crítica de desmatamento que se estende do Maranhão ao Acre, passando por estados como Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Para Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, a operação representa um marco na agenda ambiental do país. “Estamos reconstruindo florestas, mantendo a biodiversidade, gerando empregos e renda para a população e ajudando o planeta. É um símbolo da nova atuação do BNDES como impulsionador de um novo caminho para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou.
O Fundo Clima, criado em 2009 e reformulado no atual governo, é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e financia projetos que visam combater os efeitos das mudanças climáticas. O BNDES é o agente financeiro do fundo e prioriza iniciativas no Arco da Restauração, com meta de recuperar 6 milhões de hectares até 2030.
Peter Fernandez, CEO e cofundador da Mombak, destaca o apoio do BNDES como um divisor de águas para o setor. “Essa operação reforça que o reflorestamento não é apenas uma prioridade ambiental, mas também um negócio escalável com forte demanda de mercado. O Brasil tem tudo para liderar a indústria global de remoção de carbono”, afirmou.
A Mombak já captou US$ 200 milhões em investimentos e plantou milhões de árvores nativas no Pará, gerando empregos e impulsionando a economia florestal. Entre os investidores e parceiros estão o Banco Mundial, Microsoft, Google e McLaren Racing.
Leonardo Fleck, executivo do Santander, acredita no potencial transformador das chamadas “soluções baseadas na natureza”. “Elas só vão decolar com mecanismos inovadores de financiamento. Trabalhamos desde o início da linha de restauração do BNDES para alinhar soluções ao modelo de negócios dos clientes e à mitigação de riscos”, disse. “É uma satisfação contribuir com essa primeira operação para a Mombak”.