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Belém atrai mais de 600 mil turistas

A maioria deles veio para a capital paraense para participar de eventos e negócios

Elisa Vaz

Os encantos regionais de Belém atraem visitantes do Brasil e do mundo. Aconchegante e repleta de simplicidade, a capital paraense recebe quantas pessoas quiserem visitar a região em busca de suas peculiaridades, oferecendo atrações e diversões para quem é de fora. Programações que envolvem eventos e lazer são os principais atrativos. De acordo com a Coordenadoria Municipal de Turismo (Belemtur), ligada à Prefeitura Municipal de Belém (PMB), 640 mil turistas visitaram a cidade em 2018, tornando Belém a capital de maior potencial turístico em todo o Norte. Foram movimentados cerca de R$ 120 milhões no setor do turismo em 2018, número que deve fechar 2,5% maior em 2019. Ainda não existe um balanço pronto referente ao ano passado.

O diretor de planejamento da Belemtur, Jackson Tavares, explica que 57% dos visitantes vêm até a cidade para participar de eventos e fazer negócios, como feiras, congressos e conferências, que têm atraído públicos cada vez mais variados para o Estado. “O turismo de negócios tem avançado nos últimos anos. Belém tem sediado muitos eventos nacionais e internacionais, trazendo novos visitantes para a nossa cidade. Um exemple é que há pouco tempo nós tínhamos 84 empreendimentos de hotelaria, e hoje temos 142. Se houve aumento da rede hoteleira é porque houve investimento no setor de turismo”, afirma.

Na avaliação do titular da Secretaria Municipal de Economia (Secon), Rosivaldo Batista, essa modalidade turística é muito importante para a cidade. Isso porque “eles vêm para eventos, que geralmente duram alguns dias. Eles se hospedam e aproveitam esse tempo para comer e comprar, e muitas vezes visitam as ilhas próximas, como o Combu, que tem fácil e rápida travessia. Mesmo não visitando pelo lazer, os dois andam juntos. Isso movimenta a economia”, pontua o secretário.

Para atrair cada vez mais turistas aos pontos de destaque da capital, a Prefeitura desenvolve uma série de ações para melhorar a estética de Belém. Uma delas é a reforma prevista para o Complexo Ver-o-Peso, em que serão trocados o piso, as lonas e a parte elétrica do local. Outras ações na infraestrutura da cidade são a reforma da Praça Princesa Isabel, por onde é feita a travessia à Ilha do Combu, reforma do trapiche do Distrito de Icoaraci, da Praça Dom Pedro I, da Praça do Relógio, do Ver-o-Rio, Aldeia Amazônica, Bar do Parque, o funcionamento do BRT até Icoaraci e ainda o asfaltamento de diversas vias.

O diretor da Belemtur acredita que a manutenção dos espaços públicos, especialmente dos pontos turísticos, mais visitantes são atraídos a pontos estratégicos da cidade. “A cultura e o lazer são muito importantes para a economia de Belém, especialmente na época do Círio de Nazaré, principal motivador turístico, e é importante deixar os locais com aparência positiva”, pontua Tavares. A empresária Romilda Cardoso, do Estado de Goiás, aproveitou as festas de fim de ano para visitar a irmã que mora no Pará há 40 anos com a família. Com ela, vieram mais três familiares, que reservaram um dia para apreciar a cultura de Belém. As cinco visitaram o Ver-o-Peso e a Estação das Docas, e aproveitaram a feira para fazer compras e levar para Goiás os produtos tradicionais paraenses, como bombons de cupuaçu, jambu e tucupi. “Eu já conhecia o Ver-o-Peso, visitei anos atrás, gosto muito do local. Mas acho que precisa de mais cuidado”, declara a turista.

Outro ponto de destaque é a Ilha do Combu. A Praça Princesa Isabel, por exemplo, deve se tornar um hidroviário. Segundo a Secon, são cerca de 10 mil pessoas visitando o Combu a cada fim de semana, por isso a necessidade de uma reforma. Ainda de acordo com o diretor de planejamento da Belemtur, além da praça, a Prefeitura investiu na segurança. “Tivemos que chamar a Capitania dos Portos, Corpo de Bombeiros, cooperativas privadas e a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) para fiscalizar, tudo isso para deixar o transporte dos turistas mais seguro. Com a reforma da praça, teremos mais garantia e mais segurança. Avançamos muito na infraestrutura”, destaca Tavares.

Outra contribuição do turismo é na geração de emprego e renda aos moradores locais, motivada pelas visitações, que aumentam os transportes, os bares, restaurantes, hospedagens e passeios. Como Belém também ganhou selo de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Unesco, que expandiu o alcance da culinária local internacionalmente, os profissionais dessa área também são beneficiados por quem vem conhecer as comidas típicas do Pará, segundo a Belemtur.

Para receber os visitantes, foram realizadas, pela Prefeitura, qualificações de profissionais, com cursos, oficinas e palestras para a mão de obra local, principalmente nas ilhas e regiões adjacentes. Entre os eixos estão os treinamentos dos profissionais que transportam turistas e trabalhadores dos restaurantes, para atender melhor os clientes.

Inovação será destaque em 2020

Deve ser lançado, em fevereiro, um inventário do turismo nas regiões continental e insular de Belém. No documento, vão constar todos os atrativos da cidade e das ilhas que a cercam, como Combu, Cotijuba, Mosqueiro, Outeiro, Icoaraci e outros, incluindo bares, restaurantes, passeios, festas, hotéis e pousadas. “A ideia é deixar o turista informado, para que ele saia do aeroporto já sabendo o que tem na cidade. Também acabamos de lançar um aplicativo chamado Explore Belém, com todas as informações do inventário no celular. Ele já está disponível no Google play e depois vai entrar no IOS”, adianta Tavares.

Além disso, foi retomado o Conselho Municipal do Turismo e será regulamentado o Fundo Municipal de Turismo, com recurso direto deixado pelos visitantes em forma de taxa. Também haverá, pela primeira vez, o Plano Municipal de Turismo, que deve ser entregue até fevereiro. “Fizemos parceria público-privada com a Faculdade Pan Amazônia (Fapan), instituições de ensino superior e o Conselho Municipal de Turismo, e fizemos um banco de dados sobre Belém, dentro da nossa realidade. Este será o maior avanço do setor ao longo deste ano”.

Segundo o diretor de planejamento da Belemtur, o arquivo vai dar diretrizes necessárias para que se trabalhe os principais anseios do turismo de Belém. Por último, está sendo revisado o Plano Diretor, que passa por esse processo a cada 10 anos. Ele reúne informações sobre o turismo e todas as outras áreas da cidade, como gastronomia, negócios, emprego, saneamento e outros. Os dois planos associados, de acordo com o especialista, darão um norte melhor para criar políticas públicas na capital paraense.

O diretor, que também é turismólogo, acredita ainda que o setor terá um desempenho melhor neste ano, por conta da melhor infraestrutura e da oferta de melhores serviços, com mais qualificação. Um dos objetivos desta gestão é diminuir o trabalho informal em Belém e ordenar as feiras da cidade. “O plano vai nos permitir aplicar melhor os recursos públicos e vamos fortalecer as parcerias público-privadas. O poder público atua nas políticas e o privado no investimento. Tudo que estamos fazendo vai trazer turismo de qualidade”, finaliza Jackson Tavares.

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