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Atividade econômica no Norte cresce 0,5% no trimestre até fevereiro, diz BC

Dados revelam que a geração de empregos da região manteve recuperação dos postos de trabalho

Agência Brasil

A atividade econômica da região Norte cresceu 0,5% no trimestre que começa em dezembro do ano passado e terminou em fevereiro deste ano, em comparação ao trimestre encerrado em novembro, segundo dados do Boletim Regional divulgado ontem (24), pelo Banco Central (BC). De acordo com o relatório, a evolução do índice refletiu principalmente ao crescimento da atividade econômica no Estado do Amazonas (2,4%) e a estabilidade na do Pará.

No período acumulado de doze meses, o indicador cresceu 1,5% em fevereiro (2,5% em novembro), com destaque para os segmentos da indústria extrativa, em especial no Pará, e do comércio em quase todos os estados da região. Adicionalmente, o BC revela que a geração de empregos da região manteve recuperação dos postos de trabalho, especialmente no setor de serviços.

Em relação aos indicadores de demanda, a pesquisa identificou diminuição do volume de vendas do comércio regional no trimestre finalizado em fevereiro, ante o encerrado em novembro, de acordo com dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. O índice de vendas da região variou -2,0% no conceito ampliado, que incorpora o comércio nos segmentos de material de construção e de veículos e peças de automóveis. Também foi verificado arrefecimento no ritmo de queda do setor de serviços. O volume do setor, com base nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, teve retração de 1,3% no trimestre finalizado em fevereiro, ante -0,8% no trimestre anterior.

O boletim traz que as contratações no mercado formal indicam continuidade no processo de recuperação gradual do emprego. O nível de emprego na região Norte expandiu 0,4% no trimestre encerrado em fevereiro. Em compensação, a taxa de desocupação voltou a crescer, após quatro trimestres de redução, segundo dados dessazonalizados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, alcançando 12,7% no quarto trimestre de 2018, ante 11,8% no trimestre anterior. O comportamento da taxa refletiu aumentos de 1,3% na força de trabalho e de 0,3% na população ocupada.

O saldo da balança comercial da região aumentou 14% nos últimos doze meses terminados em março, atingindo US$747 milhões. A alta decorreu de incrementos de 6,9% nas exportações e de 3,3% nas importações. Na comparação do primeiro trimestre com igual período do ano anterior, o saldo da balança comercial cresceu 10%, refletindo a contração mais pronunciada das importações (9,1%) relativamente às exportações (6,0%). Dentre os principais produtos exportados, destaca-se o minério de ferro, cujo embarque registrou retração de 3,6% na média diária exportada do trimestre.

Superávit

No âmbito fiscal, o BC diz que as contas consolidadas dos entes públicos da região Norte apresentaram superávit primário de R$ 1,3 bilhão em doze meses até fevereiro, ante R$1 bilhão registrados em 2018. O estoque de dívida líquida da região recuou de R$ 16,3 bilhões ao final de 2018 para R$ 12 bilhões em fevereiro. Por sua vez, a arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) atingiu, até fevereiro de 2019, R$ 5,2 bilhões, representando expansão real de 0,4% em relação a igual período de 2018, segundo a Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe).

A evolução dos preços na região, considerada a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), vem apresentando gradual pressão altista desde novembro passado. O índice variou 1,74% no trimestre encerrado em março, impulsionado sobretudo pelos preços dos grupos alimentação e bebidas (3,59%) e educação (4,38%). Os preços livres variaram 2,11% no período, enquanto que os monitorados cresceram 0,54%. O índice de difusão situou-se em 52,3% no trimestre ante 53,3% no trimestre anterior.

"Em síntese, a atividade econômica no Norte segue em cenário de recuperação, porém menos intensa do que a observada no trimestre anterior. O mercado de trabalho continua em trajetória de retomada lenta, mas consistente, particularmente nos setores de serviços, comércio e construção civil. A inflação regional mostrou aceleração, refletindo principalmente a evolução desfavorável no segmento de alimentação no domicílio, em parte, devido às pressões sazonais", conclui o boletim.

Economia