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Após ano de restrições, Dia dos Namorados cria expectativa no comércio

Empresários de floriculturas observam que flores nacionais estão com preços elevados

Redação Integrada
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Um mês depois do Dia das Mães, marcado pelo aumento expressivo nas vendas, as floriculturas de Belém estão na expectativa de outra data especial que deve movimentar o setor: o Dia dos Namorados, comemorado no sábado (12). Em 2020, neste mesmo período, as lojas estavam com as atividades restritas em razão da pandemia, por isso, o movimento deve ser bem superior em comparação ao ano passado, apesar do aumento no preço das flores.

“O movimento já até começou. Estamos aqui em ação e como, devido essa pandemia, o pessoal não tem muita opção, ou então a melhor opção são flores, a gente faz delivery, tem Whatsapp, site. Então, as vendas estão muito boas. Em relação ao Dia das Mães, eu acho que vai no mesmo rumo, se não for melhor, porque o namorado é o dia todo, ainda vão no restaurante a noite”, comemora Maria Torres, proprietária de uma floricultura na rua Boaventura da Silva, em Belém, e que trabalha há 26 anos no ramo.

Ela conta, porém, que uma das principais dificuldades este ano envolve o preço das flores, especialmente a rosa grande. “Eu, por exemplo, não comprei rosas nacionais porque estavam muito mais caras que as rosas importadas, acho que aumentou uns 70% ou 80%. Mas com as importadas, que também são grandes, dá pra fazer um bom trabalho sem aumentar o valor”, afirma.

Estudo realizado na grande Belém pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado nesta quinta-feira (10) confirma o reajuste nos preços. Uma rosa, por exemplo, custava em média R$ 10,00. Este ano, o preço médio é de R$ 11,20. Já o buquê com seis rosas está sendo comercializado, em média, a R$ 124,00, com os preços variando entre R$ 120,00 a R$ 140,00, o que representa um reajuste de cerca de 15% em relação ao Dia dos Namorados do ano passado, enquanto a inflação do últimos doze meses foi calculada em 8,90% (INPC/IBGE).

Preço do buquê

Ainda de acordo com o Dieese, um buquê com uma dúzia de Rosas teve um reajuste nos últimos 12 meses de quase 17% e está sendo comercializado ao preço médio de R$ 181,00 (pode ser encontrado com preços variando entre R$ 160,00 a R$190,00 dependo do local de venda).

Maria Torres conta que uma das principais explicações dadas pelos fornecedores para o aumento do preço é o clima frio no estado de São Paulo. “E também, um dos principais motivos, é que depois que passa o Dia das Mães, as roseiras são podadas para brotar para o Dia dos Namorados e geralmente não dá tempo”, revela.

Mesmo com o impacto disso no valor dos produtos, a empresária está confiante. “Em comparação ao ano passado, acho que vai ser melhor, porque Dia das Mães foi bem melhor, dobrou o movimento”, revela. “Vou driblando a crise, fazendo de uma maneira que fica uma coisa boa sem aumentar preço. Eu tento não repassar para o cliente”, completou.

Silvia Cavaleiro, proprietária de outra floricultura, na Travessa Padre Eutíquio, também se preocupa com os constantes reajuste. “Eu não costumo aumentar os meus preços nessas datas comemorativas, porque fica ruim, as pessoas já conhecem os nossos trabalhos, sabem os valores, mas foi inevitável”, declarou. Ela também aponta o frio como uma das justificativas apresentadas. “Mas a gente sabe que por causa da pandemia, esses produtores tiveram muito prejuízo ao longo de 2020, então, eu acredito que é uma forma de compensar os prejuízos do ano anterior. Como o Dia dos Namorados é a última festa no Brasil que tem essa grande quantidade de rosas, acredito que eles quiseram aproveitar”, avalia.

Expectativa, mas com cautela

Para este ano, Silvia resolveu mudar de fornecedor, optando um que garantisse melhor qualidade das rosas, mesmo com o preço mais alto. Ela também prefere ser mais cautelosa em relação a expectativa de movimento. A empresária conta que, ano passado, as floriculturas tinham um controle mais rígido de pessoas na entrada. “A gente tinha acabado de sair de um lockdown, com certeza foi bem menor (o movimento), porque a gente ainda estava muito no auge da doença e não se preparou como se prepara de fato para essas datas. Mas o que a gente pediu, saiu. Não pedimos a quantidade que se pede em tempos normal”.

Segundo Silvia Cavaleiro, uma característica do Dia dos Namorados são as vendas de última hora. “É bem imprevisível. Ontem deu mais do que hoje, mas está tendo procura sim. O que acontece é que muita gente deixa pra última hora. No Dia das Mães, a procura foi com mais antecedência, porque envolve a madrinha, a tia, a avó. Então, a procura antecipada foi maior. No Dia dos Namorados, sete horas da noite tem gente entrando aqui procurando. Hoje chegaram as flores, que chegam toda quinta, e a gente já está organizando. Vamos fazer os buquês na madrugada”, concluiu.  

 

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